Brasil derrota Alemanha e está na final
25 de junho de 2005Com dois gols de Adriano e um de Ronaldinho Gaúcho, a seleção brasileira ganhou da Alemanha na semifinal da Copa das Confederações, neste sábado (25/06), e adiou o sonho dos donos da casa de obter uma revanche para a derrota de 2 a 0 na final da Copa de 2002.
Com a vitória de 3 a 2, o Brasil, que teve um desempenho irregular na primeira fase do torneio, está classificado para a final do dia 29 de junho contra a Argentina ou o México, que disputam a outra semifinal, neste domingo (26/06), em Hannover.
Foi a 12ª vitória do Brasil em 20 partidas disputadas contra a Alemanha desde 1963 – o time canarinho empatou outras cinco e perdeu três, a última em 17 de novembro de 1993 em Colônia, por 2 a 1. O saldo de gols é 37 a 21 para os brasileiros. Foi também o segundo triunfo do Brasil sobre os alemães em dois dias: na sexta-feira (24/06), a seleção sub-20 eliminou a Alemanha do Mundial que está sendo disputado na Holanda.
"Jogamos contra uma equipe forte e contra a torcida. Agora vamos descansar. Demos hoje um grande passo rumo ao Mundial do próximo ano", disse Ronaldinho Gaúcho, capitão da seleção brasileira.
"É uma pena! Queríamos tanto chegar à final. O time realmente batalhou e esteve à altura dos brasileiros. Carlos Alberto Parreira me disse que estamos num bom caminho. Minha equipe pode se orgulhar pelo que alcançou nas últimas semanas. Faltou um pouco de esperteza na hora de virar da defesa para o ataque. Vamos continuar trabalhando duro para posicionar bem a seleção para 2006", declarou o técnico alemão, Jürgen Klinsmann.
O jogo
Antes do apito inicial, os capitães Ronaldinho Gaúcho e Ballack leram uma mensagem em que os jogadores se comprometeram a "usar a força do futebol para erradicar o racismo da sociedade". O primeiro lance que chamou a atenção da torcida ocorreu aos 6min, quando um torcedor invadiu o campo e "matou" um ataque brasileiro pela esquerda. Foi a quarta invasão de campo por torcedores durante a Copa das Confederações.
O Brasil quase abriu o placar aos 10min, quando Ronaldinho cobrou falta com efeito da intermediária e a bola passou perto da trave de Lehmann. No contra-ataque, Ballack cabeceou, mas Dida defendeu. Aos 16min, foi a vez de Schneider arriscar um chute da entrada da área, que passou raspando por cima do travessão da meta de Dida.
Robinho apareceu no jogo pela primeira vez aos 19min, mas foi patrolado por Frings, quando avançava para área. Adriano cobrou a falta da intermediária e abriu o placar aos 20min – a bomba de pé esquerdo desviou na barreira e pegou o goleiro Lehmann no contrapé.
A Alemanha logo deu o troco: primeiro Dida espalmou um chute de Ernst para escanteio. Na cobrança de Deisler, Podolski aproveitou um cochilo de Maicon (escalado no lugar de Cicinho) e, aos 22min, marcou o empate de cabeça.
Depois do empate, a Alemanha manteve a pressão e fez o Brasil suar não só por causa da temperatura de 32ºC. A ligação entre a zaga e o ataque dos donos da casa funcionava melhor nessa fase do que no lado brasileiro.
Aos 42min, o zagueiro Huth venceu a prova de força contra Adriano, mas empurrou o atacante brasileiro para a linha de fundo. O árbrito marcou pênalti, que Ronaldinho bateu rasteiro, sem chances para o goleiro Lehmann.
Nos acréscimos, o zagueiro Huth foi puxado por Roque Júnior, no mesmo momento em que Ballack caiu na área brasileira – supostamente empurrado por Emerson. O árbitro juiz chileno Carlos Chandia marcou pênalti, que Ballack bateu, igualando novamente o placar.
Segundo tempo
Parreira trouxe Cicinho no lugar de Maicon para a segunda etapa. Robinho, Ariano e Gilberto tiveram chances, mas erraram nas finalizações nos primeiros dez minutos do 2ºT. A partir daí, a Alemanha passou a acreditar mais numa virada. Klinsmann subsitutiu Kuranyi por Asamoah, aos 18min do 2ºT, medida que não deu resultado imediato.
Aos 30min, Adriano superou os zagueiros Huth e Mertersacker e marcou o 3 a 2. Logo depois, Parreira colocou Renato, um meia mais defensivo, no lugar de Kaká, que andou apagado no jogo.
Enquanto o Brasil começava a administrar o resultado, Klinsmann foi para o tudo ou nada: tirou Deisler do meio-campo e trouxe Hanke como terceiro atacante ao lado de Asamoah e Podolski e mandou todo o time para frente. Mas em vez do cansaço brasileiro anunciado por Parreira, quem começou a dar sinais de esgotamento foram os alemães. Nos últimos minutos, o Brasil não só segurou a bola como ainda criou oportunidades de gols, explorando o contra-ataque.
Os destaques do time anfitrião foram mais uma vez o capitão Ballack e o "desarmador" Ernst. Os brasileiros mais convincentes foram o zagueiro Lúcio – embora parecesse o tempo todo irritado – e Adriano, que depois desperdiçar chances em série nos jogos anteriores, marcou dois na semifinal.
O time alemão queria finalmente triunfar sobre uma "grande nação do futebol" e chegar à final, mas Klinsmann acabou colhendo a primeira derrota em casa, desde que assumiu o comando da seleção. Os donos da casa são obrigados a se contentar com a disputa do terceiro lugar com o perdedor de Argentina x México, enquanto o Brasil espera uma destas equipes como adversária na final.
ALEMANHA 2 x 3 BRASIL
Alemanha
Lehmann; Friedrich, Huth, Mertersacker e Ernst (Borowski); Frings, Deisler (Hanke), Ballack e Schneider; Kuranyi (Asamoah) e Podolski
Técnico: Jürgen Klinsmann
Brasil
Dida; Maicon (Cicinho), Lúcio, Roque Júnior e Gilberto; Emerson, Zé Roberto, Kaká (Renato) e Ronaldinho Gaúcho; Robinho (Júlio Batista) e Adriano
Técnico: Carlos Alberto Parreira
Data: 25/06/2005
Local: Frankensatdion, em Nurembergue
Árbitro: Carlos Chandia (Chile)
Auxiliares: Cristian Julio (Chile) e Mario Vargas (Chile)
Cartões amarelos: Roque Júnior (B), Cicinho (B), Émerson, Adriano (B); Deisler (A), Ernst(A)
Gols: Adriano (B) aos 20min do 1ºT, Podolski (A), aos 22min do 1ºT; Ronaldinho Gaúcho (B), de pênalti, aos 42min do 1ºT; Ballack, de pênalti, aos 48min (nos acréscimos ao 1ºT); Adriano (B), aos 30min do 2ºT.