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Brasil-Alemanha

5 de maio de 2011

Entre os acordos assinados entre os presidentes Dilma Rousseff e Christian Wulff, está o estímulo ao intercâmbio de pesquisadores dos dois países através da concessão de bolsas de estudo.

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Presidentes Rousseff e Wulff durante a cerimônia oficial em BrasíliaFoto: Roberto Stuckert Filho/PR

No primeiro dia de sua visita ao Brasil, o presidente da Alemanha, Christian Wulff, se encontrou com a presidente Dilma Rousseff. Nesta quinta-feira (05/05), foram assinados acordos nas áreas de Ciência e Tecnologia, Educação, Meio Ambiente e Energia. Os dois presidentes destacaram a natureza estratégia da parceria entre Brasil e Alemanha, firmada em 2001, e o interesse em estreitar os laços de forma mais concreta.

Christian Wulff disse ter ficado surpreso com o resultado da reunião com o governo brasileiro. "Não contava com isso, mas de fato já me haviam dito que a senhora [Dilma Rousseff] é uma pessoa determinada e por isso pudemos firmar acordos vinculativos", afirmou Wulff.

O presidente alemão destacou a ciência como um dos setores de maior cooperação. Um dos acordos assinados nesta quinta-feira prevê o estímulo ao intercâmbio de pesquisadores dos dois países através da concessão de bolsas de estudo. "Podemos, desde já, dar o tiro de largada para que estudantes brasileiros venham à Alemanha. Nossas universidades estão abertas aos estudantes brasileiros", afirmou Wulff.

A meta que o governo brasileiro quer alcançar nos próximos quatro anos é de 75 mil bolsas de estudo para brasileiros no exterior. Segundo o ministro brasileiro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, serão 10 mil bolsas só para a Alemanha, com prioridade para as áreas de Ciências Exatas e Engenharia. "Isso significa que eles têm que dar suporte para o aprendizado do alemão, além de abrir os espaços nas universidades alemãs. E o governo brasileiro vai se responsabilizar pela passagem, estada e seguro desses jovens que vão estudar", garantiu Mercadante.

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Rousseff: 'Parceiros na defesa de uma ordem mundial mais justa e democrática'Foto: AP

O embaixador brasileiro em Berlim, Everton Vargas, disse que a Alemanha pode trazer para o Brasil experiência, por exemplo, na organização de grandes eventos. "Em função da crise econômica e do fato de a Alemanha ter ficado de fora de todo o processo brasileiro de privatização nos anos 1990, há, agora, a percepção da indústria alemã de que deve se engajar de maneira direta no processo brasileiro de construção de sua infraestrutura, área na qual a Alemanha tem excelência", lembrou.

O ministro brasileiro de Ciência e Tecnologia também confirmou o interesse de empresas alemãs na licitação do trem de alta velocidade que vai ligar o Rio de Janeiro a São Paulo, e também confirmou a possibilidade de investimentos alemães nos aeroportos nacionais, tendo em vista a proximidade da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Os dois presidentes discutiram ainda o cenário político mundial e Dilma Rousseff destacou que os dois países também são parceiros na defesa de uma ordem mundial mais justa e democrática, que respeite os direitos humanos. Em relação ao G20, Dilma afirmou: "Embora o pior momento da crise tenha passado, todos nós concordamos com a necessidade de aprimoramento das governanças financeiras internacionais. Percebemos que países desenvolvidos com crescimento ainda fraco têm adotado políticas monetárias extremamente expansionistas, com evidentes efeitos negativos sobre a inflação mundial."

Relações comerciais

O presidente alemão chegou ao Brasil acompanhado de 60 empresários. Segundo dados do ministério brasileiro de Relações Exteriores, o Brasil é o maior parceiro comercial da Alemanha na América Latina e mais de 1.200 empresas alemãs estão instaladas no país. A estimativa do ministério é de que a contribuição destas empresas para a formação do Produto Interno Bruto brasileiro seja em torno de 8% a 10%.

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Com crianças em BrasíliaFoto: Roberto Stuckert Filho/PR

A Alemanha é o quarto principal parceiro comercial do Brasil. Em 2010, o intercâmbio comercial atingiu 20,6 bilhões de dólares, representando 23% do total do comércio entre o Brasil e a União Europeia no mesmo período. No primeiro trimestre deste ano, as exportações brasileiras para a Alemanha alcançaram 2,1 bilhões de dólares, um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2010.

Sobre a abertura das relações comerciais, o presidente alemão disse que está ao lado do Brasil no combate ao protecionismo e na defesa do livre comércio. "Ainda há alguns problemas na União Europeia no setor agrícola, desejos brasileiros que ainda não conseguimos atender, mas penso que essas barreiras poderão ser superadas", admitiu Wulff.

São Paulo e Rio de janeiro

Nesta sexta-feira, em São Paulo, Christian Wulff irá se encontrar com o governador Geraldo Alckmin e com representantes da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha. Também está prevista a inauguração da Casa Alemã de Ciência e Inovação, que terá como objetivo reunir escritórios de instituições de pesquisas e universidades alemãs que tenham projetos de parceria com centros de pesquisa brasileiros.

Depois Wulff se encontra com membros da Congregação Israelita Paulista e faz uma visita ao Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, e à Oficina Arte e Luz da Rua, voltada para o atendimento de moradores de rua da capital paulista.

De São Paulo, o presidente segue para o Rio de Janeiro para, junto com o governador Sérgio Cabral, visitar a sede da ThyssenKrupp.

Autora: Ericka de Sá
Revisão: Roselaine Wandscheer