Brasil e Alemanha por assento permanente na ONU
17 de setembro de 2004O governo alemão voltou a exigir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, por ocasião da 59ª Assembléia Geral do grêmio. Mais do que isso, o fundamental – reiterou o Ministério alemão do Exterior na quarta-feira (15/09)– seria uma reforma abrangente das Nações Unidas.
Alemanha: o 3º maior contribuinte da ONU
De acordo com informações do jornal semanal Die Zeit, a Alemanha pretende pleitear um assento permanente no conselho numa aliança com o Brasil, o Japão e a Índia, países que exigem o mesmo para si. O ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, viaja na próxima semana para a Assembléia Geral em Nova York. Na terça feira (21/09), ele comparecerá a uma reunião sobre a reforma da ONU convocada pelo Japão, da qual participarão o premiê japonês, Junichiro Koizumi, o presidente Lula e o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh.
O Ministério do Exterior em Berlim justificou a reivindicação da Alemanha, alegando o peso político do país e o fato de ele ser o terceiro maior contribuinte da Organização das Nações Unidas. Além disso, Berlim reiterou a necessidade de tornar a ONU uma instituição mais eficiente e representativa.
Ação diplomática em todo o mundo
Segundo o Die Zeit, nas últimas semanas os embaixadores alemães em todo o mundo recorreram aos ministérios do Exterior de seus respectivos países, a fim de divulgar a reivindicação alemã. Nesta iniciativa, os embaixadores alemães foram apoiados e acompanhados pelos franceses.
A decisão sobre as propostas de reforma da ONU, a serem apresentadas a partir de início de dezembro, só serão deliberadas na Assembléia Geral de 2005. Uma reforma das Nações Unidas depende da aprovação de dois terços dos 191 países-membros, entre os quais os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.
O plano de reforma apoiado pela Alemanha prevê a ampliação do conselho para 25 assentos, entre os quais quatro não permanentes para a Ásia, África, América Latina e Europa Oriental e até seis novos membros permanentes. Os países favoritos seriam o Japão e a Alemanha, como principais financiadores, Brasil e Índia, como nações fortes e até então insuficientemente representadas, bem como a Nigéria ou a África do Sul e – uma novidade – o Egito como representante moderado do mundo islâmico.