Cúpula de Copenhague
14 de novembro de 2009Os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, uniram forças neste sábado (14/11) em Paris, para pressionar os Estados Unidos e a China a fazer concessões significativas durante a conferência do clima de Copenhague, no início de dezembro.
Lula declarou que norte-americanos e chineses devem se mostrar mais audaciosos em Copenhague. Já Sarkozy disse não ter dúvidas de que "nossos amigos americanos e chineses" assumirão suas responsabilidades.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente chinês, Hu Jintao, se encontrarão nos próximos dias para definir pontos em comum na questão climática.
"Não podemos permitir que os presidentes Obama e Jintao celebrem um acordo que considere apenas a realidade econômica dos dois países", declarou Lula. Ele disse que telefonará para Obama na próxima segunda-feira para debater a iniciativa comum.
Acordo franco-brasileiro
França e Brasil divulgaram neste sábado uma posição comum para a conferência do clima de Copenhague. "É mais do que uma declaração de intenções, é uma bíblia climática", disse Lula.
No documento conjunto, Sarkozy e Lula instam as nações industrializadas a cortar suas emissões de gases do efeito estufa em no mínimo 80% em relação aos níveis de 1990. Esse percentual deveria ser alcançado até 2050.
Os líderes dos dois países se comprometeram com um nível de redução mínimo de 50% até 2050. Eles confirmaram presença na capital dinamarquesa. "Queremos que Copenhague seja um sucesso. Não aceitaremos um acordo qualquer", afirmou Sarkozy.
O presidente francês disse que considera ir à América Latina e à África para buscar apoio ao acordo franco-brasileiro. "Faremos todo o possível para conseguir a maior quantidade de apoio possível", disse Sarkozy após o encontro com Lula no Palácio do Eliseu, em Paris.
Meta brasileira
Nesta sexta-feira, o governo brasileiro anunciou que apresentará em Copenhague um compromisso voluntário de reduzir as emissões de gases do efeito estufa num nível entre 36,1% e 38,9% em relação às quantidades estimadas para 2020.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, saudou o compromisso brasileiro. "Com essa decisão, o Brasil é um dos primeiros grandes países emergentes a fazer tal proposta. Esse é um passo potencialmente decisivo para chegar a um acordo global em Copenhague em dezembro e para o sucesso no combate às mudanças climáticas", declarou Barroso.
AS/rtr/afp/dpa/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer