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Brasil registra mais de 200 mil focos de queimadas em 2020

3 de janeiro de 2021

Pantanal registrou maior quantidade de focos de incêndio desde o início da série histórica, em 1998. Focos de queimada na Amazônia subiram 15% em relação a 2019.

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Abholzung des Amazonas
Queimadas na Amazônia provocaram crise internacional em 2019. Incêndios persistiram em 2020Foto: Raul Arboleda/AFP/Getty Images

O Brasil encerrou 2020 com o maior número de focos de queimadas em uma década, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No ano passado, o país registrou 222.798 focos, contra 197.632 em 2019, um aumento de 12,7%. Os números só ficam atrás do recorde de 2010, quando o país registrou cerca de 319 mil focos.

O destaque negativo do ano foi no Pantanal, que registrou 22.119 focos de queimadas, cerca de 120% a mais que no ano anterior. Em 2019, foram 10.025 registros no Pantanal; Também foi o maior número de queimadas observadas no bioma desde o início da série histórica do Inpe, em 1998. Também foi o maior aumento de focos entre todos os biomas brasileiros.

Ao longo de 2020, as queimadas do Pantanal ganharam destaque internacional, tal como havia ocorrido com a Amazônia em 2019. Imagens de animais carbonizados estamparam as páginas de jornais pelo mundo e o governo Jair Bolsonaro foi novamente criticado pela falta de ação em conter a destruição ambiental.

O Inpe registrou, até novembro, mais de 40 mil km² de devastação. Ou seja, 30% do bioma foi devastado pelo fogo em 2020.

Os números do Inpe também mostram que os incêndios persistiram na Amazônia em 2020. A floresta registrou 103.161 focos de queimadas, antes 89.171 em 2019, um aumento de 15,7%, o maior número contabilizado pelo Inpe desde 2017.

O bioma ainda sofreu com desmatamento. A taxa oficial de desmatamento da maior floresta tropical do mundo em 2020, de 11.088 km², foi 70% maior que a média da década anterior (6.500 km² por ano). Junto com as queimadas, essa fonte foi responsável por 72% das emissões do Brasil em 2019, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).

JPS/ots