Brasil quer ter maior atuação nos esforços de paz no Oriente Médio
15 de outubro de 2012O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, disse durante um encontro com o presidente de Israel, Shimon Peres, que o Brasil poderia ter um papel maior nos esforços de paz no Oriente Médio.
Essa maior participação se justifica pela importância econômica do Brasil e pelo fato de o país manter "relações amigáveis com todos os membros das Nações Unidas" e não ter inimigos, argumentou o diplomata.
"Talvez estejamos numa posição única para ouvir todos os lados e participar dos esforços de paz", declarou Patriota no encontro com Peres neste domingo (14/10), em Jerusalém, segundo as agências de notícias internacionais.
"Não" a Ahmadinejad
Já o israelense disse ao brasileiro que o Brasil não deveria dialogar com o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad. "Esperamos que o Brasil boicote futuros encontros com Ahmadinejad", afirmou Peres em comunicado divulgado após a reunião.
Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Ahmadinejad e ajudou a intermediar um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
"Quando nos encontramos em 2010, disse ao antigo presidente Lula que era um erro dialogar com Ahmadinejad, um líder que ameaça destruir um povo, que nega o Holocausto e que financia o terrorismo internacional", disse Peres a Patriota.
Patriota teria dito a Peres que participou da reunião com Ahmadinejad em Teerã e que Lula deixou claro que o Brasil se opõe à negação do Holocausto e acredita plenamente na paz e num Oriente Médio sem armas nucleares.
Israel, e grande parte da comunidade internacional, afirma que o programa nuclear do Irã tem o objetivo secreto de construir a bomba atômica, acusação que o governo em Teerã nega.
Patriota se reuniu também com o ministro do Exterior de Israel, Avigdor Lieberman [foto principal]. De Israel ele viajará a Ramallah, na Cisjordânia, para se reunir com autoridades palestinas nesta segunda-feira. Esta é a primeira visita de um diplomata brasileiro aos territórios palestinos desde que o Brasil reconheceu a Palestina como Estado, em dezembro de 2010.
AFN/lusa/afp/abr
Revisão: Alexandre Schossler