Brasil registra mais de 91 mil prováveis casos de zika
27 de abril de 2016Mais de 91,3 mil casos prováveis de zika foram registrados no Brasil entre fevereiro e o início de abril, divulgou nesta terça-feira (26/04) o Ministério da Saúde. Esses são os primeiros dados sobre infecções do vírus desde que a notificação passou a ser obrigatória.
"É um alastramento grande da doença", afirmou o diretor de vigilância das doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, acrescentando que para cada caso de zika notificado deve haver de quatro a cinco casos assintomáticos, além de outros não registrados, devido aos sintomas leves.
De acordo com o ministério, a taxa de incidência, que considera a proporção de casos, é de 44,7 casos para cada 100 mil habitantes. A região mais afetada pelo surto de zika foi a Sudeste com cerca de 35,5 mil infecções prováveis, seguida da Nordeste (30 mil), Centro-Oeste (17, 5 mil), Norte (6,2 mil) e Sul (1,7 mil).
Até o início de abril, mais de 7,5 mil gestantes podem ter contraído o vírus, mas apenas 2.844 casos foram confirmados em exames laboratoriais.
"Ainda não é possível se ter ideia da proporção de gestantes, infectadas pelo vírus Zika, que terão bebês com microcefalia. Até o momento, o maior número desses casos foi em mulheres que tiveram a doença no primeiro trimestre de gestação", disse Maierovitch.
O Brasil já confirmou 1.198 casos de microcefalia e mais cerca de 3,7 mil estão sendo investigados. Os dados são referentes a registros entre outubro de 2015 e 23 de abril de 2016. Dos casos confirmados, em 194 foram detectados a relação com o zika.
O vírus é transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. No início do mês, autoridades de saúde dos Estados Unidos comprovaram a associação entre a contaminação pelo vírus e os casos de microcefalia.
O zika também é relacionado à síndrome de Guillain-Barré, uma reação autoimune do corpo que ataca parte do sistema nervoso, causando fraqueza muscular e paralisia.
CN/rtr/abr/lusa