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Brasil tem 30 mil casos e 1.054 mortes por covid em 24 horas

22 de agosto de 2020

Ao todo, país soma mais de 3,53 milhões de infectados pelo coronavírus e 113 mil mortos. OMS vê sinais de desaceleração das transmissões no Brasil, mas pede cautela. "A questão é: essa tendência poderá ser mantida?"

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Ativistas da ONG Rio da Paz simulam túmulos em praia, em ato de protesto no Rio
"Qualquer sucesso no Brasil é um sucesso para o mundo", afirmou diretor de emergências da OMSFoto: Reuters/P. Olivares

O Brasil registrou nesta sexta-feira (21/08) um total de 30.355 casos confirmados de covid-19 e 1.054 mortes ligadas à doença, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde.

O balanço eleva o total de infecções para 3.532.330, enquanto o total de óbitos chega a 113.358. Ao todo, 2.670.755 pessoas se recuperaram da doença, e 748.217 estão em acompanhamento, segundo o ministério. O Conass não divulga número de recuperados.

Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.

São Paulo é o estado brasileiro mais atingido pela epidemia, com 735.960 casos e 28.155 mortes. O total de infectados no território paulista supera os registrados em praticamente todos os países do mundo, exceto Estados Unidos, Índia e Rússia.

A Bahia é o segundo estado brasileiro com maior número de casos, somando 229.743, mas é o sexto em número de mortos, com 4.757 vidas perdidas. Assim, fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro (15.202 mortes), Ceará (8.268), Pernambuco (7.335) e Pará (6.037).

O Rio é atualmente o terceiro em número de infecções, com 207.036 casos, seguido do Ceará, que tem 202.999 infectados. Nesta sexta-feira, Minas Gerais ultrapassou o Pará como o quinto estado com mais casos, somando 188.623. O Pará tem 186.646.

A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes é atualmente de 53,9 no Brasil – cifra bem acima da registrada em países vizinhos como a Argentina (14,65) e o Uruguai (1,19), considerados exemplos no combate à pandemia.

Por outro lado, nações europeias duramente atingidas, como o Reino Unido (62,40) e a Bélgica (87,34), ainda aparecem bem à frente. Mas esses países começaram a registrar seus primeiros casos antes do Brasil, e o número de óbitos diários está atualmente na faixa das dezenas, com o pico tendo sido registrado em abril e maio.

O ritmo de transmissão da covid-19, por sua vez, está em desaceleração no Brasil pela primeira vez desde abril. A taxa de contágio no país é atualmente de 0,98, segundo o Imperial College de Londres. O índice mostra para quantas pessoas um paciente contaminado transmite o vírus.

OMS vê luz no fim do túnel, mas pede cautela

Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a crise no Brasil parece estar se estabilizando, se não desacelerando. O diretor de emergências da entidade, Michael Ryan, afirmou que o número de infecções semanais registradas oficialmente se estabilizou, as transmissões estão desacelerando, e as unidades de terapia intensiva estão sob menor pressão.

"Em geral, a tendência no Brasil é de estabilidade ou de baixa… E isso precisa continuar", disse Ryan em coletiva de imprensa em Genebra. "Há uma tendência clara de queda em muitas partes do país. A questão é: trata-se de uma calmaria? Isso pode ser mantido?"

Por isso, o diretor pediu cautela. Ele frisou que o Brasil é um país enorme e, em muitas partes de seu território, ainda se registram aumentos nos números de casos. Ryan também lembrou que a cifra de infecções diárias ainda se mantém em torno de 50 mil, e na maioria dos dias, mais de 1.000 mortes são registradas. Assim, segundo ele, ainda há muito o que fazer no país.

O especialista destacou que controles da pandemia em países grandes e duramente afetados pelo vírus são um grande passo para reduzir a crise globalmente. "Qualquer sucesso no Brasil é um sucesso para o mundo", afirmou.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que já acumulam mais de 5,6 milhões de casos e mais de 174 mil óbitos. A Índia, que chegou a impor uma das maiores quarentenas do mundo no início da pandemia, agora é o terceiro país mais afetado, com 2,9 milhões de casos e 54 mil mortos.

Ao todo, mais de 22,7 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus em todo o planeta, enquanto mais de 795 mil morreram em decorrência da doença, segundo contagem mantida pela Universidade Johns Hopkins.

EK/rtr/ots

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