Brasileiro é eleito para comandar o BID
20 de novembro de 2022
O ex-presidente do Banco Central do Brasil Ilan Goldfajn foi eleito neste domingo (20/11) o novo presidente do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID). Goldfajn será o primeiro brasileiro a comandar a instituição, fundada em 1959 e que tem sede em Washington, nos EUA.
Com 48 países-membros, o BID é o principal financiador de projetos de infraestrutura na América Latina e no Caribe. Em 2021, a instituição aprovou US$ 23 bilhões em financiamentos na região. Atualmente, o Brasil é o segundo maior acionista do BID, atrás apenas dos Estados Unidos.
Atualmente diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Ilan Goldfajn comandou o Banco Central do Brasil entre 2016 e 2019. Entre 2000 e 2003, foi diretor de Política Econômica da mesma instituição.
Goldfajn foi indicado como candidato do Brasil pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes.
O processo de escolha chegou a ser contestado pelo ex-ministro Guido Mantega, enquanto este ainda integrava a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Mantega chegou a entrar em contato com autoridades de outros países para enfraquecer a candidatura de Goldfajn e pedir um adiamento da votação, sem sucesso. Na quinta-feira, renunciou à sua posição na equipe de transição.
Goldfajn acabou recebendo 80,1% dos votos para ocupar o cargo pelos próximos cinco anos.
Ele concorreu inicialmente com outros quatro candidatos: a argentina Cecilia Todesca Bocco; o chileno Nicolás Eyzaguirre; Gerard Johnson, de Trinidad e Tobago; e o mexicano Gerardo Esquivel.
No entanto, o presidente argentino Alberto Fernández abriu mão da candidatura de Todesca Bocco neste domingo, decidindo apoiar Goldfajn, que já contava com apoio dos EUA. Juntos, Brasil, Argentina e EUA controlam mais de 50% dos votos na instituição.
A nova eleição no BID ocorreu após a saída do norte-americano Mauricio Clavier-Carone. Indicado para presidir a instituição pelo ex-presidente Donald Trump, Clavier-Carone foi destituído em assembleia de governadores em 26 de setembro, sob a acusação de relações íntimas com uma funcionária e de retaliar funcionários que denunciaram a relação. O banco então passou a ser comandando temporariamente pela hondurenha Reina Irene Mejía, vice-presidente do organismo.
jps (AB, ots)