Bremen: saltimbancos e negociantes
17 de março de 2007
Começar uma vida nova em Bremen – foi para isso que os "músicos" se juntaram. No conto dos Irmãos Grimm, o burro, o cão, o gato e o galo jamais chegaram a Bremen. Apesar disso, eles estão lá. A escultura dos bichos decididos a construir uma nova existência é a atração visitada em primeiro lugar por muitos turistas. E com isso, eles iniciam a sua visita diretamente no coração da metrópole. A Praça do Mercado (Marktplatz) em Bremen reúne elementos fundamentais da história, da atualidade e do futuro da cidade.
Da água para o ar
O governo, na antiga prefeitura, e o parlamento, num moderno prédio ao seu lado, são responsáveis pelos destinos tomados pelo menor Estado federado da Alemanha e têm sempre diante dos olhos a imponente estátua de Rolando, o paladino histórico da liberdade de Bremen.
O gigante de 9,61 metros de altura e a prefeitura com a sua fachada renascentista foram incluídos pela Unesco na lista dos patrimônios culturais da humanidade no início de julho de 2004.
No edifício Schütting, as questões econômicas são tratadas pela Câmara do Comércio. E de uma posição elevada, a majestosa catedral domina a vida espiritual da cidade. Os cidadãos de Bremen são orgulhosos da sua terra natal, das suas tradições e da sua história.
Para eles, a história está ligada ao barulho do vento nas velas dos barcos, ao ranger das correntes das âncoras, ao martelar dos motores dos navios. Pois, no passado, eles deixaram os limites estreitos da sua terra natal principalmente de navio e chegaram a todos os cantos e confins deste mundo.
A capital do café na Alemanha
Os negociantes trouxeram de todo o mundo muita coisa boa para a cidade. E, principalmente, muito dinheiro. Com ele, foram construídas inúmeras obras arquitetônicas de grande beleza às margens do rio Weser.
Bremen tornou-se uma das cidades mais ricas do Velho Mundo. E consagrou-se como a "capital do café" na Alemanha. Ainda hoje, mais da metade do café em grão beneficiado na Alemanha é comercializado aí. Mesmo em tempos difíceis, como a crise da economia mundial, o "dólar de Bremen" continuou sendo um meio de pagamento de grande estabilidade.
A rápida ascensão de Bremen para a posição de potência econômica foi seguida, nas décadas passadas, por uma crise sem precedentes. Com o fechamento dos estaleiros Grosswerften AG Weser e Bremer Vulkan, a navegação marítima e a tradicional construção naval desapareceram inteiramente da imagem urbana de Bremen. Em seu lugar, surgiram novas indústrias e prestações de serviços.
Knigge e as regras de etiqueta
Para quem vem de fora, os hanseáticos podem parecer reservados e fechados. "Isto não é de bom-tom!", teria dito há mais de 200 anos o barão Adolph von Knigge. O "apóstolo" das regras de etiqueta foi diretor da escola Domschule de Bremen e ficou famoso em função das suas regras de bom comportamento em sociedade. E os cidadãos de Bremen reverenciam o especialista em bom-tom, no seu túmulo na catedral, com homenagens condizentes.
Mas depois disso, quando vão tomar uma cerveja no Schnoor, o bairro mais velho de Bremen, eles se mostram descontraídos e à vontade. Nessas ruelas estreitas, não muito longe do Weser e da Marktplatz, viviam pescadores e marinheiros desde o século 13 e, posteriormente, também os negociantes e artesãos.
Hoje, as pequenas casas de enxaimel cuidadosamente restauradas abrigam pequenas butiques, cafés, restaurantes e bares típicos. Não é de se admirar que os músicos de Bremen quisessem ir para lá...