Brockhaus completa 200 anos
8 de janeiro de 2005"A cada nova edição da Brockhaus o conteúdo é atualizado, ‘libertando-se’ daquilo que tornou-se obsoleto", afirma Alexander Bob, presidente do Instituto Bibliográfico & F.A. Brockhaus (Bifab) – responsável pela edição da enciclopédia. Um teólogo pouco conhecido do século 19, por exemplo, já não tem mais o mesmo espaço nas edições mais recentes, uma vez que há atualizações mais importantes para serem feitas. A globalização, as novas tecnologias e as recentes descobertas da ciência recebem mais destaque na nova Brockhaus.
Para o lançamento da 21ª edição até mesmo a antiga sede da empresa, em Leipzig, está trabalhando a pleno vapor. Ela foi incorporada à atual editora da Brockhaus (Bifab), com sede em Mannheim, logo após a reunificação alemã.
Um passado de renome
Friedrich Arnold Brockhaus fundou a F. A. Brockhaus em 1805, em Amsterdã. Doze anos depois, sua sede foi transferida para a capital do comércio livreiro alemão, Leipzig, e Brockhaus abriu então uma pequena gráfica, dentro do próprio pátio da empresa.
A esta altura a variedade de suas publicações já se tornara objeto de atenção. Além do dicionário de conversação (Conversations-Lexikon), que já era conhecido no mercado e garantia a base financeira da empresa, entre outras obras para consulta, surgem publicações de cunho popular nas áreas de história, literatura e filosofia.
A partir daí, o crescimento da editora foi permanente e cada vez mais veloz. Brockhaus conquistou o filósofo Arthur Schopenhauer como um dos autores da editora. Em 1831 a empresa assumiu o controle da Enciclopédia Geral das Ciências e das Artes (Allgemeine Encyclopedie der Wissenschaften und Künste), uma gigante do ramo. Seis anos mais tarde, a F. A. Brockhaus fundou o principal jornal da cidade de Leipzig, o Leipziger Allgemeine Zeitung. Essas foram algumas das conquistas que ajudaram a moldar a cara da editora nas décadas seguintes.
Nova cara para a Brockhaus
Em 1984 ocorreu a fusão entre a F.A. Brockhaus e sua maior concorrente no mercado nacional de enciclopédias, o Instituto Bibliográfico (Bibliographisches Institut), com sede em Mannheim e fundado por Josef Meyer em 1826.
Como primeiro projeto em conjunto, a nova empresa reedita todo seu material, lançando então a 19ª edição da Enciclopédia Brockhaus. Ela foi composta por 24 volumes (publicados de 1986 a 1994), sendo superada posteriormente pela 20ª edição (de 1996 a 1998), que é, até o momento, a enciclopédia de língua alemã mais completa do mercado.
Atualmente, a editora possui cerca de 600 publicações, que vão desde os clássicos, aos quais pertencem a Brockhaus e o dicionário Duden, até livros de auxílio escolar. Há algum tempo que a editora também se ocupa com a venda de CDs, para manter seus principais produtos atualizados com a realidade atual.
Isso não preocupa Alexander Bob, entretanto, pois a experiência com a comercialização da Brockhaus mostra que mesmo os fãs de produtos eletrônicos também são fortes compradores do bom e velho livro.