Buffon brilha nos pênaltis, e Itália vence Uruguai em Salvador
30 de junho de 2013Mesmo com um sol para cada um, Itália e Uruguai brindaram os 43.382 presentes na Arena Fonte Nova neste domingo (30/06) com uma partida recheada de gols e lances perigosos. A disputa pelo terceiro lugar na Copa das Confederações começou às 13h (horário de Brasília), mas o forte calor e a umidade do ar não impediram que as duas equipes demonstrassem vontade de vencer o duelo.
O jogo terminou em empate por 2 a 2 no tempo normal e, após a prorrogação sem alternância no placar, a decisão pelo terceiro lugar acabou na disputa por pênaltis. Foi a síntese de uma partida dominada pela bola parada. Três do quatro gols surgiram em cobranças de falta e contaram com singelas colaborações dos arqueiros Gianluigi Buffon e Fernando Muslera.
O goleiro italiano conseguiu se redimir na disputa de penalidades, defendendo as cobranças de Diego Forlán – que já havia perdido contra o Brasil na semifinal –, Martín Cáceres e Walter Gargano. Com a derrota, a Celeste Olímpica se igualou à própria Itália e à Inglaterra como país com mais disputas de pênaltis perdidas em torneios oficiais: seis.
O herói da vitória, Buffon, igualou o recorde do goleiro português Ricardo, que, contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 2006, também havia defendido três cobranças.
O jogo
A partida não teve grande caráter competitivo, e a marcação de ambas as equipes deixava a desejar. Muito pelo calor, mas também por causa do valor reduzido do jogo. Com mais espaço para as equipes, as jogadas foram saindo com certa facilidade.
Aos oito minutos do primeiro tempo, Giorgio Chiellini cabeceou com perigo rente à trave esquerda defendida pelo goleiro uruguaio Fernando Muslera. Três minutos mais tarde, Diego Forlán cobrou falta próximo da área italiana, para defesa tranquila de Buffon.
Aos 15 minutos, a Itália esboçou uma pressão. Improvisado na lateral esquerda, Mattia De Sciglio apoiou bem ao ataque, cruzou na área uruguaia e Antonio Candreva pegou de primeira. Muslera defendeu. A Itália dominava na posse de bola e, às vezes, arriscava com chutes de fora da área.
Aos 23 minutos, o melhor momento italiano surtiu efeito – com uma pitada de sorte, é bem verdade. Alessandro Diamanti cobrou falta da lateral da área e encobriu Muslera. A bola bateu na trave, nas costas do arqueiro uruguaio e pingou lentamente até que Davide Astori, com a bola quase dentro do gol, a empurrou e saiu para comemorar.
A Fifa, mesmo com a nova tecnologia que detecta se a bola transpôs ou não a linha do gol, credenciou Alessandro Diamanti como autor do gol – decisão mantida até o intervalo, quando o erro foi corrigido. A imagem da televisão não deixa dúvidas: Astori tocou a bola antes de ela ultrapassar por completo a meta uruguaia.
Estando em desvantagem no placar, a seleção uruguaia resolveu acordar. Aos 26 minutos, Luis Suárez chutou cruzado, mas Buffon espalmou para escanteio. E, aos 31 minutos, Cavani até marcou de cabeça, mas o impedimento, corretamente, foi assinalado. Cinco minutos depois, Maximiliano Pereira teve outra chance, quando girou dentro da área e forçou Buffon a fazer grande defesa. E, aos 39 minutos, muita reclamação por parte do Uruguai. Giorgio Chiellini tentou isolar a bola da prórpia área, e ela acabou tocando em seu braço.
O segundo tempo começou moroso e ficou sem emoções até os 12 minutos, quando, em um contra-ataque rápido, Edinson Cavani recebeu na entrada da área, ajeitou o corpo e colocou a bola no canto esquerdo de Buffon, empatando o jogo.
A Itália começou a demonstrar cansaço físico e mal conseguia sair do campo de defesa. Com a correria de Luis Suárez, a seleção uruguaia pressionava cada vez mais a Azzurra. Aos 22 minutos, em lance que parecia uma repetição do gol de Cavani, Diego Forlán recebeu no mesmo lado esquerdo da área italiana e obrigou Buffon a duas defesas complicadas com os pés.
As diversas chances não foram aproveitadas pelo Uruguai, e o castigo veio rápido. El Shaarawy sofreu falta na entrada da área, em posição central, e Alessandro Diamanti cobrou com a maestria que deve ter deixado o companheiro Andrea Pirlo orgulhoso. A bola passou por cima da cabeça de Suárez, sem chances para Fernando Muslera.
Se Diamanti mostrou saber bater faltas, Cavani também tem o talento da bola parada. Em posição semelhante ao gol italiano, o atacante do Napoli empatou novamente a partida. A cobrança de falta nem foi tão bem colocada e contou com uma ligeira colaboração de Buffon, que saltou muito cedo e não pôde mais alcançar a bola.
Na prorrogação, a Itália buscou cadenciar a partida devido à falta de condição atlética, e os uruguaios, sempre que conseguiam furar o bloqueio, causavam perigo na área italiana. Por duas vezes, os sul-americanos reclamaram a não marcação de pênaltis. Em ambos os lances, o árbitro argelino Djamel Haimoudi mandou o jogo seguir.
No segundo tempo da prorrogação, o jogo ficou lento e cauteloso. Em uma falta providencial perto da área italiana, Riccardo Montolivo recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso de campo. A inferioridade numérica não impediu a Itália de segurar o empate e levar a decisão pelo terceiro lugar para a disputa por pênaltis.
Nas penalidades, Buffon brilhou e defendeu três cobranças, incluindo a de Forlán, que já havia perdido contra o Brasil na semifinal. O terceiro lugar da Copa das Confederações foi disputado de forma honrosa – e ficou com a Itália.
Ficha técnica
Local: Arena Fonte Nova – Salvador
Gols: Davide Astori e Alessandro Diamanti (24 do primeiro tempo); Edinson Cavani (12 e 32 do segundo tempo).
Cartões amarelos: Maximiliano Pereira, Luis Suárez (Uruguai), Giorgio Chiellini, Riccardo Montolivo (Itália).
Cartão Vermelho: Riccardo Montolivo (Itália).
Disputa por pênaltis: Convertidos – Cavani, Suárez (Uruguai); Aquilani, El Shaarawy, Giaccherini (Itália). Desperdiçados – Forlán, Cáceres, Gargano (Uruguai); De Sciglio (Itália)
Arbitragem: Djamel Haimoudi (Argélia), auxiliado por Abdelhak Etchiali (Argélia) e Redouane Achik (Marrocos).
Uruguai: Fernando Muslera; Maximiliano Pereira (Álvaro Pereirra), Diego Lugano, Diego Godín e Martín Cáceres; Walter Gargano, Egidio Arévalo Ríos (Diego Pérez) e Cristian Rodríguez (Álvaro González); Luis Suárez, Diego Forlán e Edinson Cavani. Técnico: Óscar Tabárez.
Itália: Gianluigi Buffon; Christian Maggio, Davide Astori (Leonardo Bonucci), Giorgio Chiellini e Mattia De Sciglio; Daniele De Rossi (Alberto Aquilani), Antonio Candreva, Riccardo Montolivo; Alessandro Diamanti (Emanuele Giaccherini), Stephan El Shaarawy e Alberto Gilardino. Técnico: Cesare Prandelli.