Relações transatlânticas
11 de junho de 2007Em encontro com o presidente búlgaro, Georgi Parvanov, antes de partir para Washington, nesta segunda-feira (11/06), o presidente norte-americano George W. Bush agradeceu à contribuição búlgara nas regiões de crise no Iraque e Afeganistão "na luta contra os extremistas e terroristas".
Parvanov explicou que a Bulgária teria interesse em ser integrada no sistema de escudo antimísseis que os norte-americanos planejam instalar no Leste Europeu. Em alusão ao conflito entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a questão, o presidente búlgaro declarou: "A Búlgaria não deveria ter que decidir entre sua amizade com os Estados Unidos e sua amizade com a Rússia... Eu quero ser tanto amigo do George como do Vladimir".
A inserção da Rússia no conflito em torno do planejado escudo na Europa Oriental também foi tema do encontro entre os ministros alemão e francês da Defesa, nesta segunda-feira, em Paris. Na ocasião, ambos os ministros defenderam a participação russa na discussão, para que, no âmbito da Otan, se evite uma divisão da Europa.
Compreensão pela Sérvia
No final de sua viagem de oito dias pelo continente europeu, o presidente norte-americano George W. Bush declarou, em Sófia, ter compreensão pela Sérvia no tocante à independência do Kosovo.
Nas palavras de Bush, tanto o desejo sérvio de tornar-se membro da Otan como a posição da União Européia pesariam na discussão sobre a questão. Bush estaria especulando sobre uma possível entrada da Sérvia como membro da Otan, caso concordasse com a independência de sua província.
Em Sófia, Bush afirmou ao presidente búlgaro que estaria consciente do desejo sérvio de melhorar suas relações com os Estados Unidos. Bush chegara no domingo (10/06) à capital da Bulgária, após ter visitado a República Tcheca, a Alemanha, a Polônia, a Itália, o Vaticano e a Albânia. Na Alemanha, o presidente norte-americano participou do encontro de cúpula do G8, em Heiligendamm.
França e Alemanha defendem participação russa
Franz Josef Jung, ministro alemão da Defesa, e seu colega francês, Hervé Morin defenderam a participação russa da decisão sobre o sistema de escudos antimísseis no Leste Europeu.
"Queremos encontrar uma solução conjunta, na Otan, para evitarmos uma divisão da Europa", afirmou Jung após um encontro com Morin, nesta segunda-feira, em Paris.
O presidente russo Vladimir Putin havia apresentado, no G8, uma sugestão conciliatória que previa o estacionamento de um sistema de radar conjunto no Azerbaijão. "Isto comprova que Putin também é da opinião que precisamos de um sistema de escudo", afirmou Jung.
Segundo o ministro alemão, Morin e ele estariam de acordo que um consenso seria procurado através do diálogo. Jung afirmou também que Robert Gates, ministro norte-americano da Defesa, lhe assegurou, recentemente, que os Estados Unidos incluiriam a Rússia nas negociações. "Sobre os detalhes, deve-se agora ser discutido", afirmou Jung.
Posição reticente
Na próxima quinta e sexta-feira (14/06 e 15/06), os ministros de Defesa dos países-membros da Otan se reunirão em Bruxelas. Espera-se que os ministros de Defesa da Otan se manifestem de forma bastante reticente quando ao sistema de escudo antimísseis que os Estados Unidos planejam instalar na Polônia e na República Tcheca.
Segundo informações de diplomatas da Otan, o grêmio não se posicionará, oficialmente, quanto à oferta russa de instalação de um sistema de radar conjunto, no Azerbaijão, como escudo contra possíveis mísseis balísticos iranianos.(ca)