Copenhague
7 de dezembro de 2009A conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP 15) começou nesta segunda-feira (07/12) em Copenhague com apelos urgentes para que o mundo seja salvo do colapso climático. O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Loekke Rasmussen, pediu à comunidade internacional para que tome providências concretas. Na abertura do evento, a União Europeia cobrou metas ambiciosas dos Estados Unidos e da China.
A presidente da conferência e ministra dinamarquesa do Meio Ambiente, Connie Hedegaard, afirmou que a vontade política para um acordo relativo à proteção climática nunca foi tão grande. "Vamos conseguir", apostou.
Discussões técnicas
Os representantes de 192 países estão negociando na capital dinamarquesa até 18 de dezembro sobre um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto, cuja data de vencimento é 2012. As negociações, das quais participam 15 mil delegados, especialistas e jornalistas, se dão inicialmente em nível técnico.
Para o encerramento do encontro, são aguardados 110 chefes de Estado e de governo, entre outros a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente norte-americano, Barack Obama.
O anfitrião dinamarquês, Rasmussen, ressaltou que os delegados em Copenhague estão diante de "resoluções difíceis e necessárias". A cúpula tem que trazer esperanças para um futuro melhor, exigiu. Hedegaard reconheceu que ainda existem muitos obstáculos no caminho para um tratado. "Mas depende de nós vencê-los", ressalvou. Uma oportunidade como em Copenhague não haverá mais, salientou.
Consenso sobre medidas imediatas
"A época das declarações oficiais já passou", afirmou o diretor do secretariado para o Clima da ONU, Yvo de Boer. Ele pediu que se chegue a um consenso para medidas imediatas e amplas. Ele apelou aos participantes para que se concentrem em sugestões "práticas e concretas".
As esperanças para um acordo foram despertadas novamente nos últimos dias, devido ao anúncio do presidente Obama de que participará da fase decisiva da cúpula.
A meta de chegar a um tratado completo em Copenhague é tida como problemática. Os participantes visam, como solução menor, a assinatura de um acordo político, que seria ampliado e complementado nos meses posteriores. Para auxiliar a proteção climática em países em desenvolvimento, as nações industrializadas discutem a criação de um fundo de ajuda de cerca de 6,6 bilhões de euros entre 2010 e 2012. Segundo informações do jornal Financial Times Deutschland, a União Europeia (UE) deve confirmar durante a cúpula uma ajuda de um até três bilhões de euros. A partir de 2020 seriam necessários cerca de 100 bilhões de euros anualmente, segundo estimativas da UE.
UE cobra EUA e China
A União Europeia só vai decidir na fase final das negociações se vai se comprometer com metas mais amplas do que as que se comprometeu até agora em relação à redução de suas emissões de dióxido de carbono. O bloco de 27 países só se prontifica a reduzir em 30% suas emissões até 2020 em comparação a 1990, caso EUA e China também ampliem suas metas. Até agora, os europeus se comprometeram com 20%.
"Temos que manter a pressão sobre os outros países", afirmou o ministro sueco do Meio Ambiente, Andreas Carlgren, representante da Presidência do Conselho Europeu. Ele classificou as atuais ofertas de Pequim e Washington como insuficientes.
O governo norte-americano se disse disposto a reduzir as emissões dos EUA até 2020 em quase 4%, em relação a 1990. O representante de Washington Jonathan Pershing ressaltou em Copenhague que a Casa Branca pretende uma redução a longo prazo. O país pretende, segundo ele, reduzir as emissões em 80% até meados do século.
MD/afp/epd
Revisão: Roselaine Wandscheer