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Viagem

Cadeados do amor eternizam paixão dos namorados

Sarah Stolarz (dc/jbn)14 de fevereiro de 2009

Em Colônia, apaixonados deixam de lado maneiras tradicionais de comemorar o Dia dos Namorados. Em vez de chocolates e flores, eles declaram sua paixão com os "cadeados do amor", tradição que teve início na Itália.

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Mais de 350 apaixonados já deixaram cadeados do amor na ponte Hohenzollern em Colônia

Roma é, sem dúvida, o lugar perfeito para romantismo. Na famosa ponte Milvio, que corta o rio Tibre, foi onde começou a tradição dos lucchetti d'amore, os cadeados do amor. Até hoje, jovens apaixonados penduram os cadeados e jogam as chaves no rio para imortalizar o seu amor.

Em Colônia, a moda dos cadeados chegou com tudo e tornou-se uma nova maneira de comemorar o Dia dos Namorados, celebrado em 14 de fevereiro na Alemanha, dia de São Valentim. Os cadeados começaram a aparecer ao longo da via de pedestres da ponte Hohenzollern no verão de 2008 e, desde então, cerca de 350 cadeados já foram pendurados.

Die antike Milvische Brücke
Tradição dos cadeados do amor começou na ponte Milvio, na ItáliaFoto: picture-alliance/ dpa

Um deles é o de Steffi e seu namorado, Andreas. A prova de amor foi dada em uma caminhada pela ponte, quando ele disse: "Eu prometi a você um presente para demonstrar que o meu coração está sempre com você, mesmo quando estou a 350 km de distância."

Steffi lembra que Andreas tirou o cadeado do bolso e mostrou a ela. "Meus olhos se encheram de lágrimas porque eu achei lindo", conta. O cadeado foi uma prova do comprometimento de Andreas com Steffi. No presente, ele mandou gravar em itálico a mensagem: "Juntados pelo destino, unidos para sempre em nossos corações."

Diminuindo a distância

O casal Steffi e Andreas está junto há quatro meses, mas ele mora em Bad Sachser, a três horas de Colônia. Para Steffi, cuidar do cadeado do amor é uma maneira de estar perto do namorado, pelo menos em sua cabeça. "Venho aqui duas ou três vezes por semana limpar o cadeado. Com a chuva e o tempo na ponte, ele fica um pouco sujo", diz.

Steffi não é a única a ir à Hohenzollern por causa dos cadeados. Amigos próximos também estão fazendo das luchetti d'amore um símbolo de afeto. Além disso, os símbolos do amor se tornaram uma atração para turistas que param para ler as mensagens inscritas. Cada uma delas é diferente. Umas têm somente iniciais escritas à caneta, outras foram gravadas profissionalmente.

BdT Valentinstag
Nada de flores e corações: os cadeados do amor são a prova de amor do momentoFoto: picture-alliance/ dpa

Pesquisadores documentam nova moda

Mas será que esta é uma moda passageira ou será mesmo algo significativo? A diretora do Departamento de Etnologia do Instituto de Geografia e História Regional do Conselho Regional da Renânia (LVR), Dagmar Hänel, fez uma pesquisa para entender o fenômeno.

"Queremos documentar isso porque, para Colônia, é um costume novo", afirmou Hänel. Segundo ela, o início de uma tradição é muito importante para o trabalho realizado pelo instituto.

Hänel explica que pontes sempre foram lugares simbólicos para os apaixonados. Como em um relacionamento, elas conectam as duas partes. Isso explica por que cadeados do amor têm sido vistos em várias pontes do mundo, da Itália à China.

No caso de Steffi, a ponte Hohenzollern também representa um lugar especial para o seu relacionamento. "Quando viajo de trem para ver o Andreas, tenho de cruzar esta ponte, então é uma conexão entre eu e ele", conta.

O cadeado do amor do casal já passou por poucas e boas. Enfrentou vento, chuva, geada, neve e, inclusive, uma ameaça da companhia ferroviária alemã Deutsche Bahn. Como a empresa é responsável pela ponte, ameaçou remover os cadeados ali presos. A reação da companhia ferroviária causou alvoroço e o amor falou mais alto: os cerca de 350 cadeados podem ficar ali para eternizar a paixão dos namorados.