Cartola de Hitler é doada para Museu do Holocausto de Israel
8 de dezembro de 2019Uma cartola que pertenceu a Adolf Hitler, assim como outros objetos de hierarcas do regime nazista que foram arrematados por um empresário de origem libanesa baseado na Suíça vão passar a fazer parte do acervo do Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Israel.
No mês passado, o empresário Abdallah Chatila adquiriu os itens num controverso leilão de parafernália nazista, no estado alemão da Baviera. Segundo ele, seu objetivo era impedir que os objetos fossem arrematados por neonazistas.
Inicialmente, a cartola e outros objetos foram doados para a associação Keren Hayesod, um grupo israelense de coleta de fundos, que agora decidiu encaminhá-los para o museu.
"Podiam cair nas mãos erradas, não tinha outra opção, que não ajudar. Tentei impedir o leilão, mas como não pude, comprei algum dos objetos", explicou Abdalah Chatila. A cartola de Hitler foi adquirida por 50 mil euros.
O presidente do museu, Avner Shalev, reconheceu que se trata de artigos "muito sensíveis", mas que a intenção de tê-los na coleção é, justamente, evitar que sejam obtidos por neonazistas.
Chatila explicou que todos os objetos ainda estão na Alemanha e chegarão até o fim do ano em Israel, quando terminar o processo de verificação, assim como os trâmites burocráticos necessários para o transporte.
Aos 45 anos, ele dirige um negócio multimilionário de joalheira em Genebra e declarou que gostaria de ter comprado mais itens, mas não conseguiu vencer todos os lances do leilão, que foi organizado pela casa Hermann Historica, baseada na Baviera. O certame foi alvo de críticas de associações judaicas, que consideraram o leilão uma oportunidade para alguns "glorificarem os nazistas".
Além da cartola, ele também adquiriu um exemplar do livro Mein Kampf (Minha Luta) que teria pertencido a Hermann Göring, um dos principais líderes do partido nazista. Preço: 130 mil euros.
Quando Chatila anunciou que pretendia doar os objetos, o presidente da Associação Judaica Europeia, o rabino Menachem Margolin, declarou que ficou "positivamente surpreso" com o gesto do empresário.
"Em um mundo cínico, [temos] um verdadeiro ato de bondade, de generosidade e solidariedade", disse.
JPS/efe/ots
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