Casal nomeia trigêmeos "Jerusalém", "Capital" e "Palestina"
4 de fevereiro de 2018Há muitas formas de expressar discordância com um anúncio político que se considera errado. Na Faixa de Gaza, em casal deu a seus trigêmeos os nomes "Jerusalém", "Capital" e "Palestina", em protesto contra a decisão americana de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
"Graças a Deus tive trigémeos e pudemos responder à decisão do [presidente norte-americano Donald] Trump", disse Islam al-Sukili, 25 anos, a mãe dos meninos Jerusalém e Palestina, e da menina Capital. A família palestina vive em Khan Yunes, no sul de Gaza.
Os bebês nasceram duas semanas após o anúncio de Trump, em 6 de dezembro de 2017, de que os Estados Unidos reconheceriam Jerusalém como capital de Israel. A iniciativa, unilateral e na contramão da diplomacia americana, provocou a ira dos palestinos, que reivindicam Jerusalém Oriental como a capital do Estado a que aspiram.
Israel, que considera Jerusalém sua capital indivisível, ocupou a zona oriental em 1967 e a anexou em 1980. Parte da comunidade internacional condena como ilegal a anexação de Jerusalém Oriental, e defende que o status final da cidade, considerada santa pelas religiões judaica, cristã e islâmica, seja estabelecido em negociações entre israelenses e palestinos.
"A decisão de Trump não tem qualquer valor, Jerusalém é a nossa capital eterna", declarou o pai dos trigêmeos, o palestino Nidal Sukili, de 30 anos, que está desempregado. Entretanto, num território atingido por guerras e pela pobreza, alvo de bloqueio por parte de Israel e do Egito, o problema "são as fraldas e o leite", rebateu a mãe.
AV/afp,lusa
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