1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
ConflitosArmênia

Centenas são presos em protesto contra o governo na Armênia

3 de maio de 2022

Mais de 20 mil pessoas foram às ruas pedir a renúncia do primeiro-ministro Nikol Pashinyan acusado de fazer concessões unilaterais no conflito entre a Armênia e o Azerbaijão na região de Nagorno-Karabakh.

https://p.dw.com/p/4AkIT
Cinco policiais detêm um manifestante.
Oposição acusa a polícia de agir com extrema severidade durante manifestações.Foto: Vahram Baghdasaryan/Photolure/TASS/picture alliance

Cerca de 250 pessoas foram presas nesta segunda-feira (02/05) em Ierevan, capital da Armênia, em novos protestos contra o primeiro-ministro Nikol Pashinyan. 

De acordo com informações da agência de notícias DPA, mais de 20 mil pessoas participaram da manifestação. A oposição acusa a polícia de agir com severidade contra os manifestantes, entre os quais membros do Parlamento. Os presos são acusados ​​de resistir à autoridade do Estado.

No domingo, a oposição reuniu cerca de 10 mil pessoas em protesto, montou um acampamento permanente em uma praça em frente ao Teatro de Ópera e Ballet de Ierevan e bloqueou várias vias na capital, prometendo protestos ininterruptos até que Pashinyan renuncie.

A oposição acusa o primeiro-ministro de fazer concessões unilaterais no conflito entre a Armênia e o Azerbaijão na região de Nagorno-Karabakh.

Desde 17 de abril, ocorrem protestos e marchas antigoverno na Armênia, após Pashinyan ter afirmado no Parlamento que a comunidade internacional apela que Ierevan "diminua as exigências" sobre o estatuto de Karabakh e assine um acordo de paz com o Azerbaijão.

O líder da oposição, Ischchan Sagatelyan, fala em "traição" e enfatiza que um "status político de Nagorno-Karabakh dentro do Azerbaijão" é inaceitável.

Muitas pessoas caminham em uma rua, em marcha.
Opositores do governo planejam protestos ininterruptos até a renúncia do primeiro-ministro.Foto: Vahram Baghdasaryan/Photolure/TASS/picture alliance

Mais de 6,5 mil mortos em conflito

As duas ex-repúblicas soviéticas localizadas no Cáucaso lutam há mais de três décadas pela região de Nagorno-Karabakh, território com maioria armênia e que declarou a secessão do Azerbaijão. Em 2020, reascendeu um sangrento conflito armado entre os dois países, provocando a morte de mais de 6,5 mil pessoas.

Os combates foram interrompidos após um acordo de cessar-fogo mediado pela Rússia. Grande parte do território anteriormente controlado por Ierevan foi cedido ao governo de Baku, em uma amarga derrota para a Armênia que desencadeou uma grave crise política.

Apesar disso, Pashinyan sagrou-se vitorioso nas eleições do ano passado. Muitos armênios, porém, ainda se sentem humilhados pela cessão do território ao Azerbaijão. 

O cessar-fogo entre azerbaijanos e armênios é monitorado por soldados russos na região. Mas, desde o fim dos combates em 2020, houve repetidos confrontos armados na fronteira.

Conflitos em Nagorno-Karabakh

Nagorno-Karabakh é parte do território do Azerbaijão, mas é povoada e controlada por armênios étnicos desde que uma guerra entre azeris e armênios se encerrou na região, há 28 anos.

O conflito, que ocorreu entre 1988 e 1994, deixou 30 mil mortos e centenas de milhares de refugiados. De 1994 a 2020, as hostilidades estavam em grande parte congeladas, apesar de confrontos esporádicos.

A Rússia mantém uma aliança militar com os armênios. Já o Azerbaijão é apoiado pela Turquia.

le (DPA, AP, AFP, Lusa)