"Charlie Hebdo" não fará mais caricaturas de Maomé
16 de julho de 2015Seis meses após o atentando à redação do semanário Charlie Hebdo, o editor-chefe da publicação, Laurent Sourisseau, de 48 anos, afirmou que não pretende mais fazer caricaturas de Maomé.
"Nós desenhamos o Maomé para defender o princípio de que se pode desenhar tudo o que quisermos", disse Sourisseau na quarta-feira (15/07) à revista alemã Stern.
O editor afirmou também que a redação não fez as caricaturas do profeta muçulmano por interesses próprios, mas para a sociedade francesa.
"É um pouco estranho. Esperam de nós uma prática de liberdade, que, na verdade, ninguém se atreve mais. Nós fizemos nosso trabalho. Nós temos o direito de defender as caricaturas. Agora a vez é dos outros", ressaltou o caricaturista, que assumiu a coordenação da revista após a morte no atentando do então editor-chefe, Stéphane Charbonnier.
Na entrevista, o editor falou também sobre o atentando. Ele contou que ninguém na redação mudou a forma de trabalho e começou a se censurar. "Nós acreditamos ainda que nós temos o direito de criticar todas as religiões", disse.
No dia do atentando, Sourisseau também estava sentado à mesa da reunião e levou um tiro no ombro. "No fim de tudo não se ouvia um som", contou. "E eu entendi que a maioria estava morta."
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