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Líder da UE admite falhas na aquisição de vacinas

5 de fevereiro de 2021

Ursula von der Leyen admite ter subestimado possíveis complicações e atrasos na produção de imunizantes, mas defende programa de compra conjunta.

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Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia
"Nós subestimamos as complicações que poderiam surgir," admitiu Ursula von der LeyenFoto: Francois Walschaerts/dpa/picture alliance

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reconheceu falhas na aquisição de vacinas contra o coronavírus em uma entrevista ao diário alemão Süddeutsche Zeitung e outros meios de comunicação na noite desta quinta-feira (04/02), em Bruxelas.

"Nós nos concentramos muito na questão de saber se haveria uma vacina, em seu desenvolvimento, portanto", disse a chefe da Comissão. "Olhando para trás, deveríamos ter nos concentrado mais nos desafios da produção em massa."

Muitos governos da UE têm sido criticados pelo avanço lento de seus programas de vacinação, em comparação com países como Israel  e o Reino Unido. A principal barreira para o avanço tem sido a falta de doses, pela qual muitos culpam o programa conjunto de aquisição de vacinas do bloco.

O que a UE poderia ter feito melhor?

Von der Leyen admitiu que o bloco poderia ter previsto melhor os possíveis problemas na produção e entrega de vacinas, e que a falha em fazê-lo pode ter gerado expectativas exageradas.

"Devíamos ter explicado às pessoas que as coisas estão progredindo, mas lentamente, e que, nestes procedimentos completamente novos, haverá problemas e atrasos. Mas nós subestimamos as complicações que poderiam surgir", admitiu.

A presidente da Comissão Europeia disse que o bloco mantém sua meta de vacinar 70% da população adulta até o final do verão europeu, em setembro, mas que provavelmente haverá mais problemas e obstáculos pelo caminho.

Até a última terça-feira, pouco mais de 3% da população da UE havia sido vacinada, de acordo com dados coletados pela Our World In Data, da Universidade de Oxford.

Von der Leyen também lamentou ter ameaçado com controles na fronteira da Irlanda com o Reino Unido, no auge do debate sobre o fornecimento de vacinas pela AstraZeneca.

Defesa do programa de aquisição conjunta

A chefe da Comissão também defendeu o programa de aquisição conjunta do bloco, dizendo que o objetivo era evitar a competição entre os 27 Estados-membros pelas doses, mesmo que isso significasse um processo mais lento.

"Claro, um país sozinho pode ser uma lancha. Já a UE está mais para um petroleiro", justificou Von der Leyen.

De um total de seis fabricantes, a Comissão encomendou 2,3 bilhões de doses de vacina para os 27 países-membros. As empresas, no entanto, têm entregado menos do que o prometido. Segundo Von der Leyen, até o momento foram entregues pouco mais de 20 milhões de doses. Em fevereiro devem chegar mais 33 milhões, e, em março, mais 55 milhões. No segundo trimestre deverão ser entregues mais 300 milhões de doses.

O problema ganhou maiores dimensões quandoo bloco ameaçou interromper as exportações da vacina da AstraZeneca da UE para o Reino Unido, devido a preocupações de que os europeus não estavam recebendo a parte que lhes cabia.

ip/lf (AFP, dpa, ots)