China observa situação "explosiva" na Península da Coreia
8 de março de 2016O ministro do Exterior da China, Wang Yi, alertou nesta terça-feira (08/03) para uma situação "explosiva" após o início das manobras militares conjuntas entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos e as ameaças de ataque nuclear feitas pela Coreia do Norte. Ele pediu cautela a todas as partes.
"Se as tensões saírem do controle, será um desastre para todos", alertou o ministro durante a assembleia do Congresso Popular da China em Pequim, ressaltando que seu país não reagirá passivamente a um possível aumento das perturbações na estabilidade da Península da Coreia.
Wang Yi ressaltou que todas as partes devem evitar o agravamento da situação. Ele evocou as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU à Coreia do Norte, após o mais recente teste de mísseis realizados pelo país, mas disse que seria irresponsável ter "fé cega" nas pressões internacionais sobre Pyongyang.
O ministro também lembrou que o Conselho de Segurança defende a retomada das negociações para o acordo entre seis partes, que envolve as duas Coreias, China, Estados Unidos, Rússia e Japão, congeladas desde 2009.
Wang Yi adotou uma postura mais rígida sobre a questão da disputa pelas ilhas no Mar da China Meridional, por onde passa uma das mais movimentadas rotas do comércio marítimo de petróleo e matérias-primas do mundo. As ilhas, afirmou o ministro, são parte integral do território chinês e devem ser defendidas por todos os cidadãos.
Numa referência aos Estados Unidos, Wang Yi disse que as reivindicações de liberdade de navegação na área, feitas por uma outra nação, não dão a essa nação o direito de fazer o que bem quiser na região. A Marinha dos Estados Unidos fez travessias na área para ressaltar a liberdade de navegação.
O ministro chinês observou que as relações entre Pequim e Washington são permeadas por "cooperação e tensões", e que talvez este seja o "estado de normalidade" entre as duas nações.
Novas sanções sul-coreanas
A Coreia do Sul anunciou nesta terça-feira novas sanções unilaterais à Coreia do Norte, afetando 40 indivíduos e 30 organizações no país vizinho e em outras nações. Além disso, navios que, nos 180 dias anteriores, tiverem passado por portos norte-coreanos não serão autorizados a atracar em portos sul-coreanos.
O Serviço de Inteligência Nacional em Seul acusou Pyongyang de realizar nas últimas semanas ataques cibernéticos a telefones celulares de dezenas de autoridades no país e de roubar mensagens pessoais de texto e de voz contidas nos aparelhos.
RC/afp/dpa/rtr