China liberta Liu Xiaobo após diagnóstico de câncer
26 de junho de 2017O vencedor do Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo foi libertado por razões médicas após ter sido diagnosticado com câncer terminal de fígado, comunicou seu advogado nesta segunda-feira (26/06). O dissidente chinês, defensor dos direitos humanos e ativista pró-democracia, foi preso em 2008 por "incitar à subversão do poder do Estado".
"Ele está sendo tratado num hospital em Shenyang [na província de Liaoning, no nordeste da China]. Ele não tem planos específicos. Está apenas recebendo tratamento médico para sua doença", disse o advogado de Liu, Mo Shaoping.
Em 2008, a polícia prendeu Liu e sua esposa por tentarem coletar assinaturas para a Carta 08, um manifesto assinado por proeminentes intelectuais chineses e ativistas de direitos humanos que exigiam reformas democráticas. Posteriormente, em 2009, Liu foi condenado a 11 anos de prisão por "incitar à subversão do poder do Estado".
No ano seguinte à sua condenação, o comitê do Prêmio Nobel, com sede na Noruega, concedeu ao dissidente chinês o Prêmio Nobel da Paz por "sua longa e não violenta luta pelos direitos humanos fundamentais na China".
"A campanha para estabelecer direitos humanos universais também na China está sendo travada por muitos chineses, tanto no próprio país como no exterior. Por meio do severo castigo que lhe foi imposto, Liu se tornou o principal símbolo dessa luta ampla pelos direitos humanos na China", disse o comitê, na época.
A honraria levou Pequim a convocar o embaixador da Noruega e apresentar uma queixa formal contra a decisão do comitê. As autoridades chinesas alegaram que escolher Liu como vencedor do Prêmio Nobel da Paz "vai completamente contra o princípio da premiação e é uma profanação do Nobel da Paz".
O ativismo pró-democrático de Liu remonta aos protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial (Tiananmen). Ele se juntou à manifestação e fez greve de fome ao lado de outros três ativistas. O dissidente também é conhecido por ter negociado a saída segura de milhares de estudantes do protesto, quando o Exército lançou uma repressão mortal para conter o movimento.
PV/efe/afp/dpa/ap