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China nega ter feito teste com míssil hipersônico

18 de outubro de 2021

Após reportagem do jornal “Financial Times”, Pequim diz ter realizado mero teste com veículo espacial.

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Míssil lançado à noite na China deixa um rastro luminoso no céu. Segundo jornal britânico, suposto míssel chinês viajou ao redor do globo antes de se dirigir rumo a seu alvo
Segundo jornal britânico, suposto míssel chinês viajou ao redor do globo antes de se dirigir rumo a seu alvoFoto: Lian Zhen/Xinhua/picture alliance

A China negou nesta segunda-feira (18/10) ter realizado um teste de um míssil hipersônico com capacidade nuclear, como havia sido revelado pelo jornal britânico Financial Times. O Ministério do Exterior chinês disse que tratava de um teste com um veículo espacial.

Em uma reportagem publicada no último sábado que citava cinco fontes com informações sobre o tema, o Financial Times afirma que em agosto a China testou o míssil hipersônico, que realizou um voo através do espaço.

O objeto teria circulado ao redor do globo antes de se dirigir rumo a seu alvo, o qual teria errado por algumas dezenas de quilômetros. Segundo o jornal, o lançamento "pegou a inteligência americana de surpresa”.

Mísseis hipersônicos voam a cinco vezes a velocidade do som, são menos velozes do que um míssil balístico, mas têm a a vantagem de não seguir uma trajetória parabólica fixa e são manobráveis, tornando-se mais difíceis de rastrear e interceptar.

"Não foi um míssil, foi um veículo espacial”, afirmou o porta-voz do Ministério chinês do Exterior, Zhao Lijian. Ele disse que se tratava de um "teste de rotina” com o propósito de avaliar tecnologias para reutilização do veículo, e que não teria sido realizado em agosto, como afirmou o jornal, mas sim, em julho.

O teste com o veículo reutilizável tinha como objetivo "possibilitar um método de baixo custo e conveniente para viagens de ida e volta visando o uso para fins pacíficos do espaço pelos humanos”, segundo o porta-voz. Ele assegura que várias empreses a realizaram testes semelhantes.

O programa espacial chinês é administrado pelas Forças Armadas e está associado ao desenvolvimento de mísseis hipersônicos e outras tecnologias que podem, possivelmente, alterar o equilíbrio de poder entre o país e os Estados Unidos.

"A China trabalhará junto a outros países no mundo para o uso pacífico do espaço e para o benefício da humanidade”, disse Zhao.

Ambições hipersônicas preocupam EUA

Há poucos dias, os chineses lançaram sua segunda missão com três tripulantes para ocupar sua estação espacial, em uma missão de seis meses.

A expansão chinesa rumo a tecnologias de mísseis hipersônicos e outras áreas avançadas gerou preocupações, enquanto Pequim intensifica suas ações para ampliar seu território marítimo e insular nos mares do Sul e do Leste da China, além de disputas territoriais em uma região montanhosa na fronteira com a Índia.

"Temos preocupações com o que a China está fazendo na área dos hipersônicos”, afirmou Robert Wood, embaixador americano para o Desarmamento. Os Estados Unidos já vinham se preocupando com o programa de mísseis hipersônicos da Rússia.

"Nós simplesmente não sabemos como nos defender contra esse tipo de tecnologia, tampouco sabem China e Rússia”, afirmou, se referindo à dificuldade dos sistemas de defesa de mísseis em rastrear esse tipo de armamento.

rc (Reuters. AP)