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China produz clones a partir de macaco com DNA alterado

24 de janeiro de 2019

Animais foram gerados com distúrbios propositais no relógio biológico para fins de pesquisa. Chineses afirmam que clonagem pode ajudar no tratamento de transtornos mentais em seres humanos.

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Macacos clonados em imagem divulgada pela Academia Chinesa de Ciências em Xangai
Macacos clonados em imagem divulgada pela Academia Chinesa de Ciências em XangaiFoto: picture-alliance/Xinhua//Institut für Neurowissenschaften der chinesischen Akademie der Wissenschaften

Cientistas chineses anunciaram nesta quinta-feira (24/01) que clonaram cinco macacos a partir de um único primata geneticamente modificado com o objetivo de estudar problemas no ciclo do sono, depressão e doença de Alzheimer.

Foi a primeira vez que clones foram produzidos a partir de um macaco modificado para fins de pesquisa biomédica, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

O feito foi divulgado em dois artigos publicados em uma revista científica chinesa, como parte de uma série de recentes anúncios de avanços biomédicos no país.

Alguns desses anúncios provocaram intensos debates éticos, entre eles o caso do cientista que no ano passado anunciou – sem provas que respaldassem as declarações – que havia alterado o DNA de bebês para que eles se tornassem imunes ao vírus da aids.

Para o experimento divulgado nesta quarta, uma equipe do Instituto de Neurociências da Academia Chinesa de Ciências em Xangai afirmou que alterou os genes de um macaco para causar distúrbios em seu ritmo circadiano – o "relógio" que regula o ciclo biológico de 24 horas dos seres vivos e que regula funções como o sono e o apetite.

A partir desse animal foram clonados cinco outros macacos, que nasceram ao longo dos últimos seis meses, e que mostraram sinais de sofrer de problemas mentais associados a distúrbios do sono, que incluíam depressão, ansiedade e comportamentos ligados à esquizofrenia.

A pesquisa, que também publicada nesta quinta-feira pela revista em língua inglesa National Science Review, indica que esses estudos podem ajudar na pesquisa de distúrbios cerebrais humanos, na medida em que os cientistas se tornem capazes de criar animais com problemas específicos.

Poo Muming, diretor do instituto de neurociência e coautor do estudo, disse à imprensa estatal que a equipe de pesquisadores poderia clonar mais macacos com diferentes transtornos mentais na esperança de que futuros experimentos facilitem a produção de novos medicamentos ou tratamentos.

O mesmo instituto de Xangai já havia recebido destaque internacional quando clonou, em janeiro de 2018, dois macacos com o método semelhante ao usado há 20 anos para criar a ovelha Dolly.

JPS/afp/rtr/dpa

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