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China registra recorde de casos de coronavírus em 24 horas

13 de fevereiro de 2020

Após mudança no método de contagem dos casos da doença respiratória, autoridades contabilizam 254 mortes em apenas um dia, 242 somente na província de Hubei. País tem mais de 15 mil novas infecções.

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Duas pessoas usam máscaras e roupas especiais para evitar a contaminação.
Nova forma de diagnóstico se aplica apenas à província de HubeiFoto: picture-alliance/Photoshot/Xiao Yijiu

O número de mortes e infecções pelo coronavírus causador da doença Covid-19 aumentou drasticamente na China após as autoridades redefinirem a forma de contagem dos casos. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (13/02), um recorde de 14.840 novas infecções foi registrado na província de Hubei, epicentro da doença, em apenas 24 horas – no dia anterior haviam sido 1.638 novos infectados.

O número de mortes mais do que dobrou em Hubei, passando de 97 na quarta-feira para 242 na quinta-feira. Na China como um todo, 254 mortes e 15.152 infecções foram registradas em 24 horas. No total, já foram registradas mais de 1.300 mortes e quase 60 mil infecções.

A nova forma de contagem inclui nas estatísticas oficiais casos diagnosticados clinicamente, por exemplo, com o uso de tomografia. Até então, eram considerados casos confirmados apenas os comprovados por testes com ácido nucleico, que identificam informações genéticas para detectar o vírus, mas levam dias para serem processados.

Segundo os médicos, a nova forma de diagnóstico acelera o início do tratamento. O novo método não se aplica a outras províncias, informou Zheng Jin, porta-voz da Comissão de Saúde de Xangai.

Antes do anúncio da nova metodologia, o presidente chinês, Xi Jinping, comemorou a diminuição por dois dias seguidos no número de novos casos, enaltecendo os "resultados positivos" das medidas drásticas do governo para conter o vírus.

Também na quarta-feira, porém, autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertaram para conclusões prematuras em relação aos dados. "Acho que é muito cedo para tentar prever o início, o meio ou o fim desta epidemia agora", disse Michael Ryan, chefe do programa de emergências em saúde da OMS.

Yanzhong Huang, membro sênior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos, disse à DW esperar que a ocorrência de novos casos de coronavírus diminua entre o final de abril e o início de maio.

De acordo com o portal de notícias alemão Tagesschau, especialistas suspeitam que haja um grande número de casos não reportados, pois as estatísticas oficiais representam apenas a capacidade de identificar e informar casos, e não a verdadeira extensão do surto.

Na quinta-feira, após a divulgação dos novos números, a mídia estatal chinesa anunciou que o secretário do partido da província de Hubei, Jiang Chaoliang, foi demitido e deve ser substituído pelo prefeito de Xangai, Ying Yong. Dois funcionários de alto escalão do setor de saúde de Hubei também foram retirados do cargo na segunda-feira.

No mundo, mais de 500 infecções já foram confirmadas em mais de 20 países e regiões fora da China continental, sendo 16 delas na Alemanha. Apenas três mortes foram registradas fora da China continental, uma em Hong Kong, uma nas Filipinas e uma no Japão.

O Brasil ainda não tem nenhum caso da doença confirmado. Segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira, 11 casos suspeitos estão sendo monitorados no país. No dia anterior, a pasta informou que exames realizados em todos os brasileiros repatriados da China no último fim de semana não detectaram a presença do coronavírus.

O nome oficial Covid-19 para a doença causada pelo novo coronavírus foi anunciado nesta terça-feira pela OMS. Trata-se de um acrônimo do termo doença por coronavírus em inglês –coronavirus disease 2019.

LE/rtr/dw/dpa/ots

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