China retalia EUA e proíbe exportação de metais essenciais
3 de dezembro de 2024No mais recente episódio da escalada de tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, a China anunciou nesta terça-feira (03/12) a proibição das exportações para os Estados Unidos de gálio, germânio, antimônio e outros minerais essenciais à indústria de tecnologia, com possíveis aplicações militares.
O Ministério do Comércio da China fez a declaração um dia após nova repressão de Washington ao setor de chips de Pequim.
Citando preocupações com a "segurança nacional", a proibição dos chamados itens de uso duplo, que têm aplicação tanto militar como civil, entra em vigor imediatamente. A proibição também exige uma revisão mais rigorosa do uso final dos itens de grafite enviados para os Estados Unidos.
"Em princípio, a exportação de gálio, germânio, antimônio e materiais superduros para os Estados Unidos não será permitida", disse o ministério.
A volta de Trump
O aumento das restrições comerciais ocorre em um momento em que o presidente eleito Donald Trump, que assumirá o cargo em Washington no próximo mês, vem ameaçando aumentar as tarifas sobre as importações da China.
Pequim disse que em julho de 2023 exigiria que os exportadores solicitassem licenças para enviar aos EUA materiais como gálio e germânio.
Em agosto de 2024, o Ministério do Comércio da China anunciou medidas de controle de exportação de antimônio e itens relacionados que entraram em vigor em 15 de setembro. O material é usado em uma ampla gama de produtos, de baterias a armas.
A China é a maior fonte global de gálio e germânio, que são produzidos em pequenas quantidades, mas são necessários para fabricar chips de computador para telefones celulares, carros e outros produtos, bem como painéis solares e tecnologia militar.
Retaliação chinesa
O anúncio da China foi feito depois que os EUA lançaram, na segunda-feira, sua terceira repressão em três anos contra o setor de semicondutores chinês.
Ele restringiu as exportações para 140 empresas chinesas, incluindo a fabricante de equipamentos de chips Naura Technology Group, para uma chamada "lista de entidades" sujeita a controles rigorosos de exportação.
O Ministério do Comércio de Pequim protestou e disse que agiria para proteger os "direitos e interesses" da China.
Em resposta ao anúncio da China desta terça-feira, a Casa Branca disse que tomaria "as medidas necessárias para mitigar quaisquer ‘ações coercitivas' chinesas".
(DW, AP, AFP, dpa, Reuters)