Cidade Velha de Jerusalém vedada a palestinos
4 de outubro de 2015Neste domingo (04/10), a polícia israelense informou que, nos próximos dois dias, o acesso à Cidade Velha de Jerusalém está permitido somente para os palestinos que moram, estudam ou trabalham lá, como também para cidadãos israelenses e turistas.
"Os regulamentos implementados são definitivamente necessários para lidar com os recentes ataques terroristas", informou o porta-voz da polícia israelense Micky Rosenfeld.
A decisão inédita veio após um palestino ter esfaqueado um jovem israelense de 15 anos neste domingo. O agressor foi morto a tiros pela polícia. O jovem ferido foi levado para o hospital.
Na noite de sábado, outro palestino agrediu a faca diversos membros de uma família judia na Cidade Velha de Jerusalém, matando dois homens. O palestino conseguiu sacar a arma de uma das vítimas, um soldado israelense de 21 anos, e passou a atirar num grupo de turistas e policiais, antes de ter sido morto a tiros.
Numa ação de busca e apreensão num campo de refugiados na Cisjordânia, tropas israelenses feriram ao menos 30 palestinos e prenderam dois suspeitos, informou a mídia palestina.
Fim dos acordos de paz
Em Jerusalém vivem cerca de 300 mil palestinos, o que corresponde a um terço da população da cidade. A maioria deles tem status de residente na antiga metrópole, mas não possuem a cidadania israelense.
No movimentado centro histórico de Jerusalém está localizada a maioria dos sítios muçulmanos, cristãos e judeus. A Cidade Velha também abriga o sensível complexo da mesquita Al-Aqsa, que os israelenses chamam de Monte do Templo. Além da proibição do ingresso à Cidade Velha, a polícia israelense também vetou o acesso à mesquita para homens palestinos abaixo dos 50 anos.
Devido à disputa em torno da utilização do complexo, confrontos entre israelenses e palestinos têm se repetido com frequência nos últimos tempos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deverá se encontrar neste domingo com autoridades de segurança do país para decidir sobre uma "ofensiva dura contra o terrorismo islâmico palestino."
Na última quarta-feira, o presidente da Autoridade Palestina, declarou em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas que vai abandonar os acordos de paz com Israel.
CA/afp/ap/dpa