Claras derrotas para partido de Schröder
3 de fevereiro de 2003Cinco meses após a eleição nacional com vitória apertada para os social-democratas, os eleitores dos estados de Hessen e da Baixa Saxônia deram um claro voto de desconfiança ao governo federal.
Em Hessen, pela projeção das apurações parciais, a CDU - maior partido de oposição ao governo federal, chegou perto da maioria absoluta, com 48,8%. O SPD (Partido Social Democrático), de Schröder, obteve 29,1%, o Partido Verde 10,1%% e o Partido Liberal-Democrata, 7,5%.
Já na Baixa Saxônia, governada oito anos pelo chanceler Schröder, os democrata-cristãos deverão ficar com 48,3% dos votos, o SPD com 33,4%, enquanto os verdes receberam 7,6% e os liberal-democratas, 8,1% dos votos. Esta é a primeira vez que a CDU conquista este governo estadual nos últimos 13 anos.
Como a escolha do governador é indireta, a maioria da CDU nas assembléias estaduais garante a reeleição de Roland Koch em Wiesbaden e a escolha de Christian Wulff em Hanôver. Os resultados parciais confirmam as pesquisas de intenção de voto e servem de advertência ao governo em Berlim.
Conseqüências em nível federal
Com a troca de governo na Baixa Saxônia, o Bundesrat (câmara alta do Legislativo), passa a ter mais um representante da oposição ao governo federal, formado por social-democratas e verdes. O desequilíbrio de forças a favor da oposição forçará o chanceler federal Gerhard Schröder a negociar acordos, já que grande parte das leis depende também de ratificação do Bundesrat.
O conflito do Iraque dominou a campanha eleitoral, apesar da baixa conjuntura, déficit orçamentário acima do teto estabelecido para garantir a estabilização do euro e do índice de desemprego superior a 10% (mais de 4 milhões de desempregados).
O governador da Baixa Saxônia desde 1999, Sigmar Gabriel, de 43 anos, era tido como uma das grandes esperanças dos social-democratas como possível herdeiro de Schröder na presidência do SPD e na chefia do governo federal.