"Saul e Davi" de Rembrandt vai a exposição
11 de junho de 2015A partir desta quinta-feira (11/06), a Casa de Maurício de Nassau (Mauritiushuis) em Haia dedica uma exposição ao completamente restaurado quadro Saul e Davi, cuja autoria foi finalmente reconhecida como de Rembrandt.
A mostra também conta a impressionante história da obra. Por mais de 50 anos, não houve consenso entre os especialistas sobre a autenticidade da pintura Saul e Davi: se ela era, de fato, uma obra original das mãos do mestre holandês Rembrandt van Rijn.
O quadro apresenta uma cena bíblica, onde se vê o jovem Davi tocando harpa, ajoelhado diante do rei Saul. Até o final da década de 1960, a pintura foi considerada uma das mais belas obras do mestre holandês, mas o especialista em Rembrandt, Horst Gerson, questionou a autenticidade da obra.
Gerson estava convencido de que a obra, na verdade, teria sido pintada por um dos discípulos de Rembrandt. Seus questionamentos eram compreensíveis. A pintura estava coberta por uma camada escura e, em várias partes, havia sido retocada.
Tecnologia moderna levou à comprovação
Mas, agora, os anos de incerteza ficaram para trás. Na última terça-feira, Emilie Gordenker, diretora da Casa de Maurício de Nassau em Haia, anunciou com um sorriso: "Sim, estamos em posse de um verdadeiro Rembrandt".
Nos últimos oito anos, uma equipe internacional de especialistas analisou a obra com as tecnologias mais avançadas e pôde, por fim, comprovar a sua autenticidade.
Em 1830, a pintura Saul e Davi apareceu num leilão em Paris e, em 1898, chegou ao Museu Mauritshuis, quando seu então diretor, Abraham Bredius, descobriu a obra e a comprou do próprio bolso. Para isso, disse Bredius, ele precisou vender "a carroça e o cavalo".
Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669) ou simplesmente Rembrandt, como ficou conhecido mundialmente, pintou a obra possivelmente entre os anos 1650-1655.
No século 19, a imagem foi recortada, recomposta e parcialmente retocada. As radiografias revelam uma verdadeira colcha de retalhos de 15 pedaços. Aparentemente, foram utilizados na restauração de Saul e Davi fragmentos de outras obras do pintor. No entanto, dois grandes pedaços envolvendo Saul e Davi ainda são originais. Agora, a pintura reconquista um lugar de honra no Museu Mauritshuis.
JVR/dpa/ap/ots