Começa retirada de armas químicas da Síria
8 de janeiro de 2014Cinco meses depois dos devastadores ataques com armas químicas na Síria, começou nesta terça-feira (08/01) o transporte desse material para a destruição no exterior.
O primeiro carregamento de sustâncias altamente tóxicas foi embarcado num navio dinamarquês no porto da cidade de Latakia, divulgou a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), em Haia, na Holanda.
Centenas de toneladas de armas químicas sírias devem ser trasladadas para a Itália, onde serão embarcadas no navio americano MV Cape Ray e neutralizadas em alto mar.
A embarcação dinamarquesa abandonou águas sírias acompanhada de barcos dinamarqueses, noruegueses, chineses e russos.
Adiamento
As armas químicas deveriam ter sido retiradas da Síria em 31 de dezembro, mas os constantes combates e problemas logísticos forçaram o adiamento da operação internacional. "A embarcação permanecerá em águas internacionais até que outro carregamento esteja pronto em Latakia", adiantou o porta-voz da Opaq, Michael Luhan.
Cerca de 500 toneladas com as sustâncias mais tóxicas serão trasladadas em caminhões até a cidade portuária e depois embarcadas em etapas no navio dinamarquês.
O barco permanecerá em águas internacionais por motivos de segurança, segundo o porta-voz, até a chegada de mais carregamento, vigiado por embarcações das marinhas de Dinamarca, Noruega, Rússia e China. Ele não deu detalhes sobre o primeiro transporte nem sobre o tipo a quantidade de armas químicas trasladadas.
Substâncias mais tóxicas têm prioridade
Segundo o plano de destruição de armas químicas aprovado em setembro pelo Conselho de Segurança da ONU, serão eliminadas, em princípio, cerca de 500 toneladas das sustâncias mais nocivas, como o gases sarin e mostarda. Até meados deste ano, todas as armas devem ser destruídas.
No total, estima-se que o regime sírio disponha de cerca de 1.500 toneladas de gás venenoso e de sustâncias para a fabricação de armas químicas.
Após pressão internacional, a Síria aceitou destruir seu arsenal químico. O acordo foi acertado entre os governos em Moscou, Washington e Damasco quando os EUA ameaçaram intervir militarmente no país, após centenas de pessoas morrerem num ataque químico nos arredores de Damasco.
A Opac, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2013, é responsável pelo controle da operação de destruição.
MD/afp/dpa