Começa julgamento da tragédia na Love Parade na Alemanha
8 de dezembro de 2017A Justiça alemã deu início nesta sexta-feira (08/12) ao julgamento de dez acusados pela tragédia que causou a morte de 21 pessoas em 24 de julho de 2010 durante o festival de música eletrônica Love Parade, em Duisburg, após um pânico em massa.
Por motivo de espaço, o julgamento foi transferido para um pavilhão de congressos de Düsseldorf. Estão programados 111 dias de procedimentos até o final de 2018. Entre os dez acusados de negligência resultante em mortes e lesões estão seis funcionários da cidade de Duisburg e quatro da empresa Lopavent, organizadora do evento.
As 21 vítimas, com idades entre 17 e 38 anos, estavam entre as centenas de milhares de pessoas que participavam de um dos maiores eventos de música tecno da Europa e foram forçadas a passar por um túnel estreito, único local disponível para a entrada e saída do festival na cidade industrial.
Outras 652 pessoas ficaram feridas, muitas delas com memórias dos momentos traumáticos. A Justiça tem um prazo de dez anos a partir da tragédia – quer dizer, até julho de 2020 – para dar a sentença, caso contrário, o processo prescreve.
Em abril de 2016, o Tribunal Regional de Duisburg decidiu não abrir um processo penal sobre o caso, porque concluiu que não havia provas suficientes para apoiar e confirmar as acusações de homicídio involuntário e lesão corporal. Um ano depois, o Tribunal Superior de Düsseldorf reabriu o caso, afirmando que havia motivos para dar prosseguimento ao caso.
No total estão envolvidos 70 advogados – 32 representando os réus, e, outros 38, os 65 requerentes, formados principalmente por parentes dos jovens mortos. Os promotores de Duisburg alegam que foram cometidos graves erros em relação ao planejamento e autorização do festival, e que as medidas de segurança foram insuficientes.
Os advogados de defesa argumentam que absolvições são possíveis, porque vários fatores levaram à tragédia. Caso algum dos réus seja condenado, a sentença máxima deverá ser de cinco anos de prisão. O julgamento é um dos maiores da Alemanha pós-guerra. As discussões processuais dominaram a abertura da sessão desta sexta-feira.
O então prefeito de Duisburg, Adolf Sauerland, e o presidente da Lopavent, Rainer Schaller, não foram acusados, mas são esperados para testemunhar no processo. A Lopavent detinha os direitos da Love Parade, que começou em Berlim em 1989 e foi posteriormente realizada em diversas cidades alemãs. O evento foi cancelado totalmente após a tragédia em Duisburg.
FC/dpa/afp/efe/ap
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