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4 de maio de 2009

Órgão da UE apresenta relatório com prognósticos para 2009-2010: déficits crescentes e desemprego. Mais gastos, menos arrecadação com impostos e pacotes conjunturais estão entre as causas. Apesar de tudo, há otimismo.

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Comissário da UE para a Economia, Joaquín AlmuniaFoto: AP

As crises financeira e econômica deixam na Europa marcas mais profundas do que se acreditava até agora. Pelo menos é o que dizem as projeções para a conjuntura divulgadas pela Comissão Europeia nesta segunda-feira (04/05), em Bruxelas. Segundo o relatório, o rendimento econômico do bloco europeu cairá 4% neste ano.

Além disso, pela primeira vez em quatro anos, a Alemanha está arriscada a não cumprir as determinações da União Europeia sobre o endividamento público, estando ameaçada de um novo processo. O déficit público alemão tende a alcançar 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) da UE permite um máximo de 3%.

A consequência deverá ser um processo por endividamento excessivo. Entretanto, o comissário da UE para Assuntos Econômicos e Monetários, Joaquín Almunia, antecipou que primeiramente pretende investir contra Malta e quatro países-membros que não adotaram o euro – Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia – os quais ultrapassaram claramente a marca dos 3% em 2008.

A Comissão Europeia calcula que 13 das 16 nações da área da moeda comum violarão o PEC em 2009 – sendo as exceções o Chipre, a Finlândia e Luxemburgo. O recorde negativo permanece na Irlanda, onde se anuncia um déficit de 12% em relação ao PIB.

Segundo Almunia, as principais causas do endividamento crescente são os altos gastos com o desemprego, menores arrecadações de impostos e os pacotes conjunturais nacionais.

Mercado de trabalho e PIB encolhem

As más notícias se estendem ao mercado de trabalho. A Comissão calcula o corte de 8,5 milhões de postos de trabalho em todo o bloco em 2009 e 2010. Apenas na Alemanha, deverão ser perdidos 1,5 milhão de empregos até o próximo ano. Isso representaria um aumento na taxa de desemprego em 2010 para 10,4%, depois dos 8,6% de 2009. As projeções do governo federal alemão são de 1,3 milhão.

A Comissão Europeia calcula ainda que o PIB alemão diminua 5,4% em 2009 – a maior queda desde a criação da República Federal da Alemanha. O governo de Berlim é ainda mais pessimista e conta com uma queda de 6%. Entre os 16 países cuja moeda nacional é o euro, somente a Irlanda sofre mais com a recessão, com a expectativa de retração de 9%.

E, no entanto, otimismo

Apesar das perspectivas preocupantes, Almunia esforçou-se por irradiar confiança. Segundo o espanhol, há primeiros sinais de estabilização na zona do euro. "Não estamos mais em queda livre", assegurou em Bruxelas. Porém as expectativas para o próximo ano ainda estão cercadas por insegurança, ressalvou.

Para 2010, a Comissão prognosticou um ligeiro crescimento econômico na Alemanha, de 0,3% – as estimativas de Berlim são de 0,5%. No geral, entretanto, a média dos 16 países da zona do euro deverá permanecer ligeiramente negativa, com -0,1%.

AV/afp/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer