Comissão Europeia prevê recessão para a zona do euro em 2012
23 de fevereiro de 2012Segundo relatório apresentado nesta quinta-feira (23/02) pela Comissão Europeia, a crise de endividamento deverá resultar em recessão nos 17 países que adotam o euro como moeda. O órgão espera uma queda média de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2012, uma previsão bem mais pessimista do que a do último trimestre do ano passado. Para a União Europeia, a expectativa é de estagnação econômica.
Segundo o comissário para Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, trata-se de uma "recessão discreta ", havendo sinais de uma "estabilização". Na definição da Comissão Europeia, fala-se em recessão quando o desempenho econômico de um ano inteiro fica abaixo do registrado no ano anterior.
Os prognósticos partem do princípio de que a crise de endividamento estatal venha a ceder. Rehn considera indispensável adotar novas medidas políticas para a estabilização do euro. O político finlandês voltou a se pronunciar por uma ampliação do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEEF) - sugestão rejeitada pela Alemanha. O MEEF conta atualmente com 500 bilhões de euros e deverá entrar em atividade em meados deste ano.
Os países mais endividados – Grécia e Portugal, que dependem da ajuda do atual fundo de resgate do euro, o FEEF – são os mais afetados pelo desaquecimento, puxando consigo para a recessão os demais membros da união monetária europeia. Bruxelas prevê uma queda de 4,4% da economia grega, após os -6,8%, em 2011. Portugal deve apresentar a segunda maior queda do PIB (-3,3%), seguido da Itália, Espanha e Holanda, todos com cerca de -1%. Por sua vez, a Irlanda – terceiro país a se beneficiar do FEEF – deve permanecer estável.
Entre as grandes economias da zona do euro, somente a Alemanha pode contar com um crescimento considerável do desempenho econômico: 0,6%, contra 3% no ano anterior. Para a França, está previsto um aumento de 0,4% do PIB.
Segundo o relatório da Comissão Europeia, ainda não foi rompido o círculo vicioso formado pela debilidade dos Estados endividados, o abalo dos mercados financeiros e o desaquecimento da economia real. Além disso, a rigorosa política de contenção estaria freando o consumo privado em diversos países da eurozona.
AV/dpa/rtr/
Revisão: Francis França