Dinheiro para o Kosovo
11 de julho de 2008A conferência para angariar fundos para o Kosovo, nesta sexta-feira (11/07) em Bruxelas, reuniu 1,2 bilhão de euros, dos quais 500 milhões foram prometidos pela Comissão Européia e 100 milhões de euros, pela Alemanha.
Nesta quinta-feira, a diretora do programa de cooperação econômica dos EUA, Henrietta Holsman Fore, havia anunciado que os Estados Unidos pretendem liberar 255 milhões de euros para a reconstrução da infra-estrutura e de instituições. Segundo Fore, o Kosovo "dispõe de um bom plano" para o seu desenvolvimento.
Oli Rehn, comissário de Ampliação da União Européia (UE), ressaltou que a ajuda demonstra que o Kosovo "é um assunto profundamente europeu". Por outro lado, ele advertiu que o governo em Pristina "terá de prestar contas sobre cada euro que gastar".
Rehn explicou que a ajuda está condicionada a algumas responsabilidades, como a proteção dos direitos humanos, a reconstrução da economia, a garantia de uma boa conduta do governo e a preocupação com a paz e a estabilidade da região.
Garantia pessoal do primeiro-ministro
"Este é um êxito extraordinário para meu país, para população do Kosovo. Com esta ajuda, está sendo iniciado um novo capítulo na história do Kosovo", ressaltou o chefe de governo Hashim Thaci. Ele assegurou responsabilizar-se pessoalmente para que o dinheiro não caia em mãos erradas.
Questionado sobre como pretende assegurar sua distribuição nas áreas da minoria sérvia em parte ainda controladas pela Sérvia, o premiê de origem albanesa assegurou: "Não faremos diferenciação étnica". A população kosovar é de 2,1 milhões de pessoas, das quais 95% são de origem albanesa, os demais são sérvios, sintos, rom e de outras etnias.
Nos próximos três anos, a ajuda internacional deverá ser aplicada na ampliação da infra-estrutura, reconstrução de escolas, órgãos públicos, Justiça e da polícia. A difícil situação econômica do pequeno país balcânico fomenta a corrupção e o nepotismo.
Segundo um relatório da Comissão Européia e do Banco Mundial, até 2011 o Kosovo irá precisar de 600 milhões de euros apenas para a reconstrução e a infra-estrutura de transportes. O governo em Pristina calcula em 670 milhões de euros os gastos com a construção de escolas e a organização de Justiça, polícia e órgãos públicos.
Sérvia não reconhece independência
A conferência desta sexta-feira teve a participação da União Européia, de instituições financeiras internacionais, Estados Unidos, Noruega, Suíça e Arábia Saudita. O governo kosovar esperava reunir 1,4 bilhão de euros.
A antiga província sérvia do Kosovo esteve sob a administração das Nações Unidas desde 1999 até declarar sua independência em fevereiro de 2008. Em 15 de junho de 2008, sua Constituição entrou em vigor. Até agora, a independência foi reconhecida por 43 países. Para Belgrado e a minoria sérvia no Kosovo, a região continua sendo parte da Sérvia.
Muitos questionam as condições de subsistência do jovem Estado. O Kosovo é considerado uma das regiões mais pobres do continente europeu. Segundo um relatório do Banco Mundial, 37% da população vive abaixo do limite de pobreza, isto é, dispõe de menos de 1,50 euro ao dia para sobreviver. A cota de desemprego no país é de 40%. Desde 1998, a ex-província sérvia já recebeu ajuda no montante de 3 bilhões de euros. A moeda corrente no Kosovo é o euro.