Como brasileiros na Europa votaram no segundo turno
30 de outubro de 2022No segundo turno das eleições brasileiras neste domingo (30/10), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL) em todas as principais capitais europeias, com exceção de Atenas. Em algumas cidades, a vitória foi com ampla margem, reiterando uma tendência já observada no pimeiro turno em 2 de outubro.
Em Lisboa, Portugal, maior colégio eleitoral fora do Brasil, com mais de 45 mil eleitores, 64,5% (12.872 votos) votaram em Lula, enquanto 35,5% (7.085 votos) escolheram Bolsonaro.
Amsterdã também apontou vitória de Lula com folga. Na capital holandesa, o candidato do PT venceu com 78,41% dos votos (4.511), contra 21,59% (1.242).
Na capital austríaca, Viena, a vitória petista foi de 71,70% (960 votos) contra 28,30% de Bolsonaro (379).
Na italiana, Roma, Lula obteve cerca de 60% dos votos, e Bolsonaro, quase 40%, com 90% das urnas apuradas.
Em Bruxelas, Bélgica, a votação terminou com 59,43% dos voto para Lula (2.115 votos) e 40,57% para Bolsonaro (1.444).
As maiores vantagens de Lula na Europa, no entanto, foram registradas na Alemanha e na França. Em ambas, o petista ganhou com mais de 80% dos votos.
Em Paris, Lula conquistou 82,94% do eleitorado (7.885 votos), contra 17,06% (1.622) de Bolsonaro.
Em Berlim, o petista recebeu 4.866 votos, o equivalente a 88,3% do total de votos válidos, a diferença mais expressiva em relação ao adversário e a maior marca em toda a Alemanha. Já Bolsonaro ficou com 11,7%, totalizando 643 votos.
Madri, na Espanha, foi uma das capitais onde a diferença entre Lula e Bolsonaro ficou entre as menores: 56,09% para o petista (3.078 votos), contra 43,91% para o atual presidente (2.410 votos).
Londres, no Reino Unido, teve vitória de Lula com 60,15% dos votos (9.064 votos), contra 39,85% de Bolsonaro (6.004 votos).
Em Zurique, Suíça, o candidato petista obteve 53,59% (3.189 votos), frente a 46,41% (2.762) de seu concorrente.
As capitais dos países nórdicos também registraram vitória de Lula com ampla margem. Em Estocolmo, o petista venceu por 76,71% (1.785 votos) a 23,29% (542 votos). Oslo, Helsinque e Copenhague tiveram os seguintes resultados, respectivamente: 76,12% (628) a 23,88% (197); 73,15% (444) a 26,85% (163); e 84,10% (1.047) a 15,90% (198).
Em países do Leste Europeu, como República Tcheca e Hungria, a vantagem também foi ampla para Lula. Em Praga, o petista venceu com 79,67% dos votos (286 votos) contra 20,33% (73) de Bolsonaro. Em Budapeste, o ex-presidente obteve 85,28% (481 votos) contra 14,72% (83). Em Talín (Estônia), a vantagem foi de 87,15% (156 votos) frente a 12,85% (23) de Bolsonaro.
A única capital onde o atual presidente venceu, a exemplo do primeiro turno, foi em Atenas. Na capital grega, os eleitores destinaram 55,63% dos votos (242 votos) para o candidato do PL, enquanto Lula obteve 44,37% (193).
Número recorde de eleitores
A Europa abriga a maior fração do eleitorado brasileiro no exterior: são 307 mil, com 246 mil na União Europeia, 34 mil no Reino Unido e 24 mil na Suíça. Em 2022, os maiores colégios eleitorais na região foram Portugal, Alemanha, Reino Unido, Itália, Espanha, Suíça, França, Irlanda, Holanda e Bélgica.
Somando todo o mundo, o número de brasileiros aptos a votar no exterior na eleição deste ano foi recorde: 697 mil, um crescimento de 39% em relação a 2018 e quase o dobro dos 354 mil de 2014.
O fenômeno acompanha a emigração de brasileiros, que disparou nos últimos anos, segundo dados do próprio Itamaraty. Em 2012, havia quase 2 milhões vivendo no exterior. Em 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff (PT), esse número aumentou para 3 milhões.
Em 2020, sob o governo Jair Bolsonaro, bateu a marca dos 4,2 milhões – desse total, 1,3 milhão estão na Europa.
Preferência oscila nos últimos anos
As últimas eleições apontaram oscilação na preferência do eleitor brasileiro que mora na Europa. Em 2018, por exemplo, a maioria dos brasileiros que vivem em países do continente votou em Bolsonaro: 55,6%, uma margem próxima do resultado geral da eleição.
Em 2014, o antipetismo deixou sua marca também na União Europeia. O candidato do PSDB, Aécio Neves, venceu Dilma Rousseff (PT) em todas as cidades, à exceção de Liubliana, na Eslovênia, país do Leste Europeu com um contingente inexpressivo de votos – 19 no total, dos quais 12 votos foram para a presidente reeleita à época.
Mas diferentemente de Aécio há oito anos, Bolsonaro não foi unanimidade em 2018: ele venceu em pelo menos nove das 15 principais metrópoles do continente com o maior contingente de eleitores: Londres (Reino Unido), Zurique e Genebra (Suíça), Milão e Roma (Itália), Madri (Espanha), Munique (Alemanha) e as portuguesas Lisboa e Porto. Já seu opositor, Fernando Haddad (PT), venceu em Paris (França), Barcelona (Espanha), Roterdã (Holanda) e nas alemãs Berlim e Frankfurt.
Em 2006 e 2010, os candidatos do PT levaram a melhor entre os brasileiros que viviam na Europa, mas com margens apertadas.
gb/ek/rk (DW, ots)