Ajuda internacional
12 de março de 2011Neste sábado (12/03) partiu da Alemanha um avião com 38 profissionais de resgate, três cães farejadores e 12 toneladas de material a bordo. Devido à dramática evolução dos acontecimentos na usina nuclear japonesa de Fukushima, o voo foi atrasado em uma hora, a fim de que os peritos também fossem equipados com dosímetros, para medir radiação.
Os 38 homens e mulheres que embarcaram para o Japão fazem parte da Seeba (Unidade rápida de busca e salvamento no exterior, na sigla em alemão), a "força de reação rápida" da Defesa Civil Alemã (THW). A equipe leva consigo equipamento para localização e resgate de pessoas, geradores de energia, aparelhagem médica, tendas e alimentos, e deve permanecer pelo menos dez dias nas zonas de catástrofe.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, expressou suas "condolências e solidariedade" aos afetados pelo terremoto que atingiu o Japão na sexta-feira. "Deixamos claro que estamos prontos para ajudar no que for possível", disse Ashton. Autoridades da União Europeia estão em contato com autoridades japonesas para lidar com a explosão e vazamento do reator nuclear a 240 quilômetros ao norte de Tóquio.
EUA, Austrália, Afeganistão
Os Estados Unidos enviaram um porta-aviões ao Japão para ajudar nas medidas assistenciais. Na manhã deste sábado, o presidente norte-americano, Barack Obama, falou por telefone com o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, para expressar condolências e oferecer apoio. "Já enviamos um porta-aviões ao Japão e outro está a caminho. Também temos um navio a caminho das Ilhas Marianas, para prestar a assistência necessária", disse Obama.
A Austrália também ofereceu o envio de tropas de resgate, policiais e pessoal médico. "Estamos do lado do Japão e vamos fazer tudo o que for possível para ajudar", disse a primeira-ministra australiana, Julia Gillard, na madrugada deste sábado. "Esta é uma catástrofe de proporções extremas e ainda não sabemos qual a real medida da devastação. Conversei esta manhã com o primeiro-ministro em exercício Wayne Swan e ele vai convocar uma reunião do Conselho Nacional de Segurança para discutir como a Austrália pode ajudar o povo japonês."
Uma das províncias mais pobres e violentas do Afeganistão ofereceu o equivalente a 36.500 euros em ajuda para as vítimas do terremoto e do tsunami no Japão: Kandahar, no sul do Afeganistão, conhecida como o berço dos talibãs. O Japão tem sido um dos principais colaboradores na reconstrução e desenvolvimento do extremamente pobre Afeganistão.
Ajuda online
Após o terremoto, a gigante da web Google lançou um serviço de busca de pessoas afetadas pela tragédia. O serviço "Person Finder: 2011 Japan Earthquake" já reuniu mais de 52 mil registros de pessoas, que deixam mensagens em busca de amigos e parentes, ou fornecem informações a respeito de pessoas nas áreas do desastre.
A Cruz Vermelha internacional e japonesa também criou um website semelhante. A partir do Japão ou do exterior podem-se registrar nomes do site ou consultar listas, enquanto as pessoas no país podem informar a amigos e familiares que estão bem.
Na rede social Facebook, quase 3 mil pessoas já visitaram a página "Japan Tsunami 2011", enviando mensagens e vídeos impressionantes sobre o tsunami.
Avaliação dos prejuízos
"O dano é tão grande que vamos precisar de muito tempo para reunir todos os dados", declarou uma autoridade policial japonesa à AFP. Autoridades locais estimam que mais de 3 mil casas foram destruídas ou arrastadas pelo tsunami. Na área afetada pelo terremoto, mais de 5,6 milhões de residências ficaram sem energia neste sábado, e mais de 1 milhão estavam sem água. As linhas de telecomunicação também foram afetadas.
O Banco do Japão disse que fará "o máximo" para assegurar a estabilidade do mercado financeiro, após o terremoto que causou um enorme transtorno a indústrias-chave do país, aumentando a preocupação com a economia japonesa.
O Banco do Japão vai realizar uma reunião nesta segunda feira e deve anunciar no mesmo dia a política a ser adotada. A Bolsa de Tóquio planeja abrir pregão normal. A gigante automotiva Toyota suspenderá as operações de todas as suas 12 fábricas. O prejuízo total segurado pode chegar a 15 bilhões de dólares, segundo informaram à Reuters analistas financeiros.
FF/dw/rtr/afp/dpa
Revisão: Augusto Valente