Conferência Mundial do Clima encerra com acordo
10 de novembro de 2001Representantes dos 160 países presentes à Conferência Mundial do Clima, em Marrakech, no Marrocos, chegaram na manhã deste sábado a um acordo, após uma série de difíceis negociações na noite anterior. Com isso, ficou definida a ratificação do Protocolo de Kyoto, que encontrava-se ameaçada após a retirada dos EUA.
Organizações de defesa ambiental criticaram o relaxamento das medidas definidas pela Conferência, mas mostraram-se ao mesmo tempo aliviadas. "Apesar de tudo, esse é o tiro de largada para a assinatura de um acordo global do clima", afirmou Karsten Smid, representante do Greenpeace .
Rússia - Um dos pontos mais criticados pelos ambientalistas foi a permissão dada à Rússia - que é um dos maiores poluidores do mundo - de considerar o dobro do número de suas florestas como "poços de carbono" (conceito referente às superfícies capazes de absorver o gás carbônico da atmosfera). Representantes de organizações de defesa do meio ambiente consideraram a decisão como "um final meio feliz", acertado para salvar a Conferência do fracasso total.
O ministro alemão do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, afirmou neste sábado em Berlim que os últimos empecilhos para a ratificação do Protocolo de Kyoto foram enfim afastados em Marrakech. "O acordo alcançado em Bonn provou sua força", declarou o ministro. Uma solução para o problema vinha sendo bloqueada principalmente pela Austrália, Canadá, Japão e Rússia. A crise foi, no entanto, solucionada através de um "programa dos quatro pontos". Os delegados dos países presentes aceitaram enfim assinar um protocolo que estabelece a redução do efeito estufa, estabelecendo regras que controlam a emissão de gases.
Estados Unidos - Segundo o líder da delegação européia na Conferência, o belga Olivier Deleuze, a questão agora é definir a participação dos EUA "nos grandes esforços internacionais contra o efeito estufa". O governo norte-americano não participou ativamente da Conferência em Marrakech, embora tenha enviado alguns observadores. Os EUA - país com maior emissão de poluentes do mundo - anunciaram, em março último, sua retirada das negociações, após acusar o Protocolo de Kyoto de "injusto e inviável".