Confiança em Flynn estava corroída, afirma Casa Branca
14 de fevereiro de 2017O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu a renúncia do assessor de Segurança Nacional Michael Flynn depois que a confiança nele "erodiu ao ponto em que o presidente sentiu a necessidade de fazer uma mudança", afirmou nesta terça-feira (14/02) o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
O ex-assessor mentiu para o vice-presidente Mike Pence e outras autoridades americanas ao afirmar que não havia conversado com o embaixador russo, Serguei Kislyak, sobre a remoção das sanções impostas pelo ex-presidente Barack Obama a Moscou em reação a uma suposta interferência russa na eleição americana. A posição de Flynn fez com que Pence negasse à imprensa que essa discussão tivessem ocorrido.
De acordo com o porta-voz da Casa Branca, o caso vinha sendo revisado e avaliado desde o fim de janeiro, quando Trump foi informado que Flynn não falou toda a verdade sobre os seus contatos com o embaixador russo. Apesar de não se tratar de uma "questão legal", a controvérsia criou uma "situação insustentável" e levou o presidente a pedir a renúncia de Flynn, disse Spicer.
Reportagem publicada pelo jornal Washington Post na semana passada afirmava que Flynn discutiu com Kislyak a remoção das sanções ao Kremlin em 29 de dezembro, mesmo dia em que Obama as anunciou. Transcrições das conversas interceptadas comprovam que elas ocorreram no período de transição para o novo governo e também em novembro, antes da eleição presidencial americana.
A conversa de Flynn sobre a remoção de sanções com o embaixador russo pode configurar uma violação da lei conhecida como Logan Act, que proíbe uma pessoa privada de negociar em nome do governo americano sem a autorização deste. Na época, Flynn não fazia parte do governo.
Os democratas no Congresso pediram a abertura de uma investigação sobre o contato dos assessores de Trump com a Rússia durante e depois da campanha. "O povo americano merece conhecer o alcance total do controle político, financeiro e pessoal da Rússia sobre o presidente Trump, e o que isso representa para nossa segurança nacional", disse a líder dos democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
O líder democrata no Senado, Charles Schumer, afirmou que renúncia gera mais perguntas do que respostas e "não é o fim da história, mas apenas o começo". Ele defendeu uma investigação independente do caso para averiguar possíveis atos criminosos.
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