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Confrontos deixam mortos e fecham via expressa no Rio

1 de fevereiro de 2018

Três suspeitos morrem em troca de tiros com policiais militares na Cidade de Deus, incluindo um dos supostos chefes do tráfico de drogas na região. Interdição na Linha Amarela causa pânico entre motoristas.

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Brasilien Schiesserei in Rio
Tiroteio entre criminosos e policiais levou à interdição de uma das principais vias do Rio de JaneiroFoto: picture alliance/dpa/AP/L. Correa

Três suspeitos morreram nesta quarta-feira (31/01) durante troca de tiros com policiais militares na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro. Os confrontos chegaram a interditar a Linha Amarela, uma das principais vias expressas da cidade, causando pânico entre os motoristas.

Segundo a imprensa brasileira, um dos mortos era Rodolfo Pereira da Silva, conhecido como Rodolfinho e apontado como um dos chefes do tráfico de drogas na região. Ele foi ferido na troca de tiros com os militares e morreu enquanto era socorrido numa unidade de pronto atendimento.

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Outros dois suspeitos, também baleados por policiais durante o tiroteio, haviam morrido mais cedo num hospital municipal na Barra da Tijuca, para onde tinham sido encaminhados.

A interdição da Linha Amarela foi provocada por uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar do Rio, na Cidade de Deus. Na ação, agentes prenderam um homem e apreenderam armas que seriam usadas pelo tráfico de drogas na região.

Segundo a Agência Brasil, os moradores da Cidade de Deus, revoltados com a operação policial, tentaram incendiar pneus e pedaços de madeira na via expressa, bem como jogaram pedras na pista, interditando o trânsito. Assustados, vários motoristas retornaram na contramão, e outros abandonaram seus carros, que tiveram de ser retirados mais tarde por um reboque.

Após uma série de interdições, a Linha Amarela foi finalmente liberada por volta das 13h (hora local). No meio da tarde, moradores relataram à imprensa que parte do comércio da comunidade permanecia fechado. Homens armados foram vistos circulando na região.

Em pânico, pessoas se abaixaram na pista para se proteger do conflito
Em pânico, pessoas se abaixaram na pista para se proteger do conflitoFoto: picture alliance/dpa/AP/L. Correa

Ao comentar o incidente desta quarta-feira, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, afirmou que o estado vive uma "situação complexa" na área de segurança, e defendeu a ação dos policiais.

"Lamentavelmente, mais uma vez uma via importante ficou fechada em razão da violência, mas isto está acontecendo porque a polícia está ali trabalhando e tentando evitar que delitos aconteçam contra a sociedade", disse Sá, em declarações à imprensa.

O secretário ainda destacou que o governo estadual vem "trabalhando para que as instituições possam dar cada vez mais respostas" que visem o combate às ações do crime organizado no Rio. "A polícia do Rio, apoiada até por forças federais, faz o que está ao seu alcance para evitar que fatos como os de hoje continuem a acontecer."

"Sistema de segurança no país está falido"

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, também lamentou o ocorrido na Cidade de Deus, mas lembrou que se trata "da polícia trabalhando e fazendo o seu papel".

Em evento no Rio de Janeiro nesta mesma quarta-feira, o ministro falou ainda sobre o sistema de segurança pública em vigência no país, tachando-o de "falido".

"O que estamos vivendo hoje é o feito, não apenas da falência deste sistema, mas o feito de muitas outras razões. O crime se nacionalizou. Mais que isso, se transnacionalizou. Então, não é no espaço da unidade da federação que vamos resolver o problema da grande criminalidade", disse Jungmann.

O ministro defendeu a necessidade da criação de uma lei de responsabilidade da segurança social no país, que deverá prever o mínimo em orçamento para a segurança e ainda promover uma redistribuição das responsabilidade entre as três esferas da federação.

EK/abr/ots

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