Conversas sobre Síria são "construtivas", diz Kerry
24 de outubro de 2015Conversas a portas fechadas entre Estados Unidos e Rússia sobre o conflito sírio foram "construtivas e produtivas", disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em Viena, nesta sexta-feira (23/10). Ele, no entanto, não deu detalhes.
Kerry, que se encontrou mais cedo com os ministros das Relações Exteriores de Turquia e Arábia Saudita antes de conversar com o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, afirmou que as reuniões geraram ideias que "possuem a possibilidade de alterar em definitivo a dinâmica" da crise na Síria.
Os representantes dos quatro países concordaram em continuar as negociações já na próxima semana. "Acordamos hoje realizar consultas preliminares com todas as partes e buscar nos reunir novamente o mais cedo possível, num encontro mais amplo, a fim de explorar se há uma base comum suficiente para avançar um processo político significativo", disse Kerry.
Todos os quatro países compartilham o mesmo desejo quando se trata do futuro da Síria: uma nação secular e unificada com eleições livres e um fim da guerra civil, agora em seu quinto ano e que já matou centenas de milhares de pessoas.
"Uma coisa está no caminho para que estas medidas sejam capazes de ser implementadas rapidamente, e é uma pessoa chamada Assad, Bashar al-Assad", havia dito Kerry, na quinta-feira, antes dos encontros em Viena.
Rússia pressiona por solução diplomática
O ministros do Exterior de Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, e Turquia, Feridun Sinirlioglu, estão inclinados a concordar, mas Lavrov representa o maior defensor estrangeiro de Assad, Vladimir Putin. De fato, Moscou esperava poder convidar o governo iraniano pró-Assad às negociações, mas os sauditas se opuseram veemente.
"O objetivo é realizar extensas discussões entre representantes do governo sírio e 'todo o espectro' da oposição síria, tanto de dentro como de fora, com apoio de atores externos", afirmou Lavrov.
Putin recebeu Assad em Moscou, na terça-feira, no que foi a primeira viagem conhecida do líder sírio ao exterior desde 2011. Ambos discutiram a campanha militar conjunta contra o terrorismo e os inimigos do regime sírio.
O Kremlin defendeu a vinda surpresa de Assad, com a Casa Branca condenando o tratamento de visita de Estado para um homem "que usou armas químicas contra seu próprio povo". De acordo com Putin, Assad está disposto a trabalhar com os rebeldes sírios seculares que os EUA apoiam.
Rússia e Estados Unidos têm operado campanhas militares aéreas distintas na Síria, com Moscou apoiando Assad e Washington ajudando os rebeldes que tentam derrubar o regime.
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