Copom reduz Selic para 13% ao ano
11 de janeiro de 2017O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu nesta quarta-feira (11/01) a taxa básica anual de juros, a Selic, em 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano. Esta foi a terceira redução consecutiva da taxa. O corte, porém, surpreendeu o mercado por ser o maior em quase cinco anos.
Com a redução, a Selic alcançou o menor nível desde abril de 2015, quando estava em 12,75% ao ano. Até abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, o menor nível da história. Porém, passou a ser reajustada até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015 e permaneceu inalterada até outubro do ano passado.
Em um comunicado, o Copom disse que avaliou a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,25% e sinalizar uma intensidade maior de queda para a próxima reunião, mas optou por fazer um corte acentuado agora porque o cenário já está favorável.
"Perante um ambiente com expectativas de inflação ancoradas, o comitê entende que o atual cenário, com um processo de desinflação mais disseminado e atividade econômica aquém do esperado, já torna apropriada a antecipação do ciclo de distensão da política monetária, permitindo o estabelecimento do novo ritmo de flexibilização", justificou.
A decisão de acelerar o corte dos juros foi pautada pelas previsões de que a retomada do crescimento da economia será mais lenta do que era esperado e pela queda da inflação. A Selic é a principal arma usada pelo governo para conter a alta dos preços.
O IBGE anunciou nesta quarta-feira que a economia brasileira fechou 2016 com inflação de 6,29%, abaixo da meta de 6,5% estabelecida pelo governo.
"A inflação recente continuou mais favorável que o esperado. Há evidências de que o processo de desinflação mais difundida tenha atingido também componentes mais sensíveis à política monetária e ao ciclo econômico", destacou o Copom.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central contém o excesso de demanda que pressiona os preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
CN/abr/afp/lusa