Coreia do Norte cancela acordos de não-agressão com o sul
8 de março de 2013Poucas horas após o Conselho de Segurança da ONU endurecer as sanções à Coreia do Norte, o governo em Pyongyang reforçou nesta sexta-feira (08/03) as hostilidades e anulou unilateralmente todos os acordos de não-agressão entre as duas Coreias.
O anúncio foi feito pelo Comitê para a Reunificação Pacífica das Coreias, órgão estatal norte-coreano para tratar das relações bilaterais entre os dois países, que também alertou que as tropas norte-coreanas reagirão a qualquer transgressão na fronteira, "mesmo que por um centímetro".
Até mesmo o "telefone vermelho", a linha direta de comunicação entre os dois governos, foi cortado. A Coreia do Norte já havia interrompido a conexão da linha por duas vezes em outras situações de crise com seu vizinho do sul.
O acordo mais significativo de não-agressão entre as duas Coreias foi assinado em 1991. O pacto prevê a busca de soluções pacíficas para questões divergentes e contribuiu para evitar escaramuças acidentais entre as tropas na fronteira dos dois países.
Coreia do Sul responde provocações
Após a novas sanções do Conselho de Segurança, um general norte-coreano afirmou, em tom de ameaça, que seu país possui mísseis nucleares prontos para serem disparados, capazes de alcançar até os Estados Unidos.
Já o porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul, Kim Min-seok, afirmou que, "se a Coreia do Norte nos atacar com mísseis nucleares, o regime de Kim Jong-un vai desaparecer da face da Terra".
A presidente Park Geun-hye declarou que seu país vai responder duramente às provocações de Pyongyang e assegurou que, se a Coreia do Norte continuar com suas políticas armamentistas, acabará na "autodestruição".
Nesta quinta-feira, o Conselho de Segurança aprovou por unanimidade uma nova rodada de sanções contra a Coreia do Norte, em retaliação ao teste nuclear realizado pelo regime de Pyongyang em fevereiro último. Também a China, principal aliada da Coreia do Norte, assinou o documento.
As sanções buscam evitar que a Coreia do Norte obtenha financiamento e material para seu programa nuclear e de mísseis, endurecem as restrições financeiras, intensificam o controle sobre o envio e recebimento de carregamentos proibidos e proíbem a exportação de artigos de luxo para o país.
RC/lusa/afp/rtr/dpa
Revisão: Alexandre Schossler