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Coreia do Norte compara política de Trump ao nazismo

27 de junho de 2017

Pyongyang afirma que ideologia "America first" da Casa Branca procura "sufocar" outros países em benefício próprio, recorrendo a meios militares e seguindo políticas ditatoriais de Hitler.

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Em protesto em janeiro de 2017, manifestante em Nova York segura cartaz que compara Donald Trump a Adolf Hitler
Em protesto em janeiro deste ano, manifestante em Nova York segura cartaz que compara Donald Trump a Adolf HitlerFoto: picture alliance/Zuma/A. Lohr-Jones

A Coreia do Norte criticou nesta terça-feira (27/06) a política de "America first" ("Estados Unidos primeiro", em tradução livre) do presidente americano Donald Trump, qualificando-a de nazismo do século 21.

"A ideia [de 'America first'] é a versão americana do nazismo, superando amplamente os movimentos fascistas do século passado na sua natureza feroz, brutal e chauvinista", afirma um breve texto divulgado pela agência de notícias norte-coreana KCNA.

Segundo Pyongyang, a política "America first" do presidente americano "defende uma dominação mundial recorrendo a meios militares, assim como foi o caso do conceito de ocupação mundial de [Adolf] Hitler".

Trump está "seguindo as políticas ditatoriais de Hitler" para dividir os outros países em "amigos e inimigos" e "sufocar" outras nações em benefício próprio. Por meio dessa política, Washington não reconhece o direito "à independência e ao desenvolvimento" de outros países, como a Coreia do Norte, conclui o texto. 

A nota de KCNA foi divulgada depois que Trump voltou a elevar na segunda-feira o tom da sua retórica contra a Coreia do Norte. Em declarações emitidas após reunião com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o presidente americano disse que o regime de Kim Jong-un "está gerando tremendos problemas", algo que segundo ele deve ser "abordado provavelmente com rapidez".

Além disso, Trump pretende receber em Washington durante dois dias nesta semana o novo presidente sul-coreano, Moon Jae-in. O programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte será sem dúvida o principal ponto de um encontro em que ambos os líderes tentarão delinear seus respectivos focos políticos.

Enquanto Trump defende exercer a "máxima pressão" sobre Pyongyang para depois buscar a aproximação, Moon parece apostar numa aproximação mais incondicional, ainda que mantendo os duros pacotes de sanções impostas à Coreia do Norte pela ONU.

Em todo caso, o regime norte-coreano respondeu ao longo dos últimos meses com uma intensificação de seus testes de armas e insistiu que o seu programa nuclear é inegociável, o que contribuiu para elevar ainda mais a tensão na região.

PV/afp/lusa/efe/dpa