Coreia do Norte compara política de Trump ao nazismo
27 de junho de 2017A Coreia do Norte criticou nesta terça-feira (27/06) a política de "America first" ("Estados Unidos primeiro", em tradução livre) do presidente americano Donald Trump, qualificando-a de nazismo do século 21.
"A ideia [de 'America first'] é a versão americana do nazismo, superando amplamente os movimentos fascistas do século passado na sua natureza feroz, brutal e chauvinista", afirma um breve texto divulgado pela agência de notícias norte-coreana KCNA.
Segundo Pyongyang, a política "America first" do presidente americano "defende uma dominação mundial recorrendo a meios militares, assim como foi o caso do conceito de ocupação mundial de [Adolf] Hitler".
Trump está "seguindo as políticas ditatoriais de Hitler" para dividir os outros países em "amigos e inimigos" e "sufocar" outras nações em benefício próprio. Por meio dessa política, Washington não reconhece o direito "à independência e ao desenvolvimento" de outros países, como a Coreia do Norte, conclui o texto.
A nota de KCNA foi divulgada depois que Trump voltou a elevar na segunda-feira o tom da sua retórica contra a Coreia do Norte. Em declarações emitidas após reunião com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o presidente americano disse que o regime de Kim Jong-un "está gerando tremendos problemas", algo que segundo ele deve ser "abordado provavelmente com rapidez".
Além disso, Trump pretende receber em Washington durante dois dias nesta semana o novo presidente sul-coreano, Moon Jae-in. O programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte será sem dúvida o principal ponto de um encontro em que ambos os líderes tentarão delinear seus respectivos focos políticos.
Enquanto Trump defende exercer a "máxima pressão" sobre Pyongyang para depois buscar a aproximação, Moon parece apostar numa aproximação mais incondicional, ainda que mantendo os duros pacotes de sanções impostas à Coreia do Norte pela ONU.
Em todo caso, o regime norte-coreano respondeu ao longo dos últimos meses com uma intensificação de seus testes de armas e insistiu que o seu programa nuclear é inegociável, o que contribuiu para elevar ainda mais a tensão na região.
PV/afp/lusa/efe/dpa