Coreia do Norte rechaça sanções da ONU
2 de dezembro de 2016Autoridades da Coreia do Norte criticaram as novas sanções impostas pela ONU ao país, que visam limitar seu programa nuclear, com o corte de em torno de um quarto dos rendimentos do país com o comércio exterior. Pyongyang acusou o que chamou de "abuso de poder" e ameaçou tomar duras medidas em represália.
O vice-ministro do Exterior, Han Song Ryol, convocou os diplomatas estrangeiros para uma reunião nesta sexta-feira (02/12) para deixar clara a oposição de seu país às sanções, as mais rígidas já adotadas, apoiadas também pela China, o principal parceiro comercial da Coreia do Norte.
As novas sanções impõem a partir de janeiro um limite de 400 milhões de dólares anuais, ou 7,5 milhões de toneladas, às exportações de carvão – uma redução de 62% em relação a 2015. Segundo vários estudos, atualmente o carvão rende cerca de 1 bilhão de dólares ao ano ao país. Estão também proibidas exportações de outros materiais, como cobre e prata, além de outras restrições comerciais.
Caso Pyongyang não interrompa seu programa nuclear e de mísseis de longo alcance, a resolução ameaça, pela primeira, vez suspender alguns, senão todos os privilégios do país socialista na ONU.
"Rejeitamos categoricamente a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre as sanções contra nosso país", disse Han, acusando o órgão de renegar os direitos de autodefesa da Coreia do Norte. "Isso é um abuso de poder e viola nossa soberania", afirmou. "As sanções vão inevitavelmente agravar as tensões."
Pyongyang simula ataque a Seul
Pyongyang, de fato, já dá sinais de que não deverá ceder às pressões internacionais. Mesmo após a imposição das novas sanções, os militares norte-coreanos realizaram exercícios de artilharia simulando um ataque a instituições militares e do governo na capital sul-coreana, Seul.
Segundo a imprensa estatal norte-coreana, os exercícios teriam sido coordenados pelo líder do país, Kim Jong-un, que demonstrou satisfação com os resultados. "Ninguém sobreviveria a esse ataque", teria dito o chefe de Estado.
Em caso de guerra, "o golpe seria tão fatal para as forças sul-coreanas, que sua intenção de contra-atacar ficaria comprometida desde o início", afirmou o ditador, citado pela imprensa de seu país.
Kim Jong-un teria dito ainda que os exercícios marcaram o início do "treinamento político e de batalha para o próximo ano". Manobras em que o Exército norte-coreano simula destruir posições estratégicas do país vizinho não são incomuns. Na Coreia do Sul, porém, o exercício militar foi visto como uma reação às novas sanções impostas a Pyongyang.
RC/ap/afp/dpa