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Coreia do Sul registra sexta morte pelo vírus Mers

8 de junho de 2015

Surto do novo coronavírus é o maior já registrado fora da Arábia Saudita. Número de casos aumenta em poucos dias, de quatro para 87. Especialistas, porém, tratam epidemia como improvável.

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Südkorea Erste Mers-Todesfälle
Foto: Getty Images/AFP/Jung Yeon-Je

A Coreia do Sul registrou nesta segunda-feira (08/06) a sexta morte causada pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), o novo coronavírus, e mais 23 casos de contaminação. É o maior número de infecções em único dia ocorridas fora da Arábia Saudita.

O total de contaminações na Coreia do Sul pelo vírus, que é potencialmente mortal, cresceu rapidamente, de quatro casos na semana passada para 87 até o momento.

O surto de Mers deixa o país em alerta, com 2.500 pessoas colocadas em quarentena. As aulas foram canceladas em quase 2 mil escolas, principalmente na capital Seul e na província de Gyeonggi.

Entretanto, especialistas apontam que a possibilidade de uma epidemia é remota, uma vez que o vírus é de difícil transmissão de pessoa para pessoa.

"A chance de um surto de maiores proporções não é alta", afirma Ho Pak-leung, microbiologista da Universidade de Hong Kong. "Acredito que haverá apenas transmissões em baixa escala."

A maioria dos casos anunciados nesta segunda-feira está sendo tratada em um dos maiores hospitais do país, o Centro Médico Samsung, em Seul, onde cerca de 900 pacientes e funcionários são mantidos sob observação. Até o momento, todos os casos estiveram restritos a hospitais.

Reação do governo é criticada

Criticado por sua reação inicial ao surto de Mers no país, o governo anunciou no domingo que vai disponibilizar todos os esforços para combater as infecções do vírus, incluindo o rastreamento dos telefones celulares dos indivíduos mantidos em quarentena, para assegurar que eles permaneçam em casa. Muitas dessas pessoas já foram apanhadas fora das áreas restritas, apesar das multas de alto valor impostas a quem não cumprir as ordens de isolamento.

O microbiologista Ho Pak-leung afirma que as autoridades sul-coreanas erraram ao se recusarem inicialmente a divulgar os nomes dos hospitais onde os pacientes infectados pelo vírus Mers eram tratados.

"Se não houver transparência, as pessoas vão perder a confiança, gerando rumores e medos desnecessários. Isso faz com que os esforços para conter o surto sejam bem mais difíceis", alerta o especialista.

Chung Eun-Kyung, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia do Sul, afirma que os que estão em quarentena devem permanecer isolados em um cômodo de suas casas e utilizar máscaras cirúrgicas quando precisarem interagir com familiares.

Centenas de eventos públicos e esportivos foram cancelados. Cinemas, parques de diversões e centros de compras relataram queda acentuada no número de clientes. Duas das maiores cadeias de supermercados do país registraram uma redução de 12% nas vendas, enquanto as compras online aumentaram 50%.

RC/afp/ap