Coreias do Norte e do Sul chegam a acordo
24 de agosto de 2015A Coreia do Norte e a Coreia do Sul chegaram nesta segunda-feira (24/08) a um acordo para acabar com a tensão militar, que envolveu a troca de tiros na fronteira entre os dois países. Depois de dois dias de negociações, Pyongyang lamentou as explosões de minas que feriram dois soldados sul-coreanos.
Seul, por sua vez, comprometeu-se a desativar os alto-falantes que difundem propaganda na fronteira com a Coreia do Norte. Pyongyang concordou ainda em encerrar o "estado de quase guerra" que havia declarado.
Os dois lados manterão o diálogo para tratar de uma série de questões que visam a melhorar os laços entre os países, afirmou o comunicado em conjunto. Os países também concordaram em organizar, nos próximos meses, reuniões de famílias que foram separadas após a Guerra da Coreia (1950-1953).
"É muito significativo que, a partir dessa reunião, a Coreia do Norte se desculpou pela provocação com as minas terrestres e prometeu trabalhar para prevenir a recorrência de tais eventos e aliviar as tensões", disse Kim Kwan-jin, conselheiro de segurança da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye.
O anúncio foi bem recebido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. "Eu, particularmente, aprecio muito o acordo para manter o diálogo regular intercoreano e espero que ele sirva como mecanismo para gerir eficientemente qualquer problema que possa surgir na península coreana", disse.
Troca de hostilidades
Pyongyang se recusava a assumir a responsabilidade pela explosão das minas terrestres que feriram dois soldados sul-coreanos. O governo norte-coreano negava ter colocado os explosivos na zona desmilitarizada entre os dois países.
A maratona de conversas entre as duas Coreias começou no último sábado e visava a evitar uma escalada das recentes tensões na península. As reuniões entre autoridades de alto escalão, ocorrem na fronteiriça Panmunjom, onde foi assinado o cessar-fogo da guerra na década de 1950. Os dois países continuam, tecnicamente, em estado de guerra, devido à inexistência de um tratado de paz.
CN/rtr/lusa/dpa