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CPI do ataque ao Capitólio decide intimar Trump

13 de outubro de 2022

Colegiado que investiga ataque de 6 de janeiro de 2021 aprova de forma unânime convocação do ex-presidente republicano para prestar depoimento.

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Donald Trump
Trump chegou a sofrer um processo de impeachment por causa do ataqueFoto: Olivier Douliery/ Abaca Press/picture alliance

A Comissão da Câmara dos Deputados dos EUA que investiga o ataque de 6 de Janeiro de 2021 ao Capitólio aprovou de forma unanime nesta quinta-feira (13/10) uma intimação para que o ex-presidente Donald Trump deponha sobre seu papel no episódio.

A medida tenta forçar Trump a testemunhar sob juramento. A lei federal diz que o descumprimento de uma intimação do Congresso é uma contravenção, punível com prisão de um a 12 meses.

No entanto, também é esperado que o ex-presidente ganhe tempo tentando reverter a medida na Justiça, possivelmente ultrapassando o prazo dos trabalhos da comissão, que correm o risco de não serem prorrogados em janeiro de 2023 caso o resultado das eleições de meio de mandato resultem numa vitória republicana na Câmara.

Em julho, um dos aliados de Trump, o estrategista Steve Bannon, chegou a ser condenado por desacato após desrespeitar as intimações do comitê para esclarecer sua participação no ataque. Por outro lado, outros membros do círculo de Trump, como sua filha Ivanka e seu genro Jared Kushner, testemunharam para a comissão.

A aprovação da intimação marca o passo mais ousado até agora pelo colegiado bipartidário, que até agora emitiu mais de 100 intimações e entrevistou ao longo de um ano e meio mais de 1.000 pessoas sobre o ataque. A avaliação dos membros da comissão foi de que encerrar os trabalhos do colegiado sem falar com Trump seria insuficiente.

"A causa central de 6 de Janeiro foi um homem, Donald Trump, que muitos outros seguiram", disse a deputada Liz Cheney, republicana de Wyoming e vice-presidente da comissão, e uma das raras vozes críticas ao ex-presidente dentro do seu partido. "O presidente Trump tinha um plano premeditado de declarar que a eleição foi fraudulenta e roubada antes do dia da votação."

Naquele 6 de janeiro, após um discurso incendiário de Trump, que não aceitava a derrota no pleito de novembro de 2020, uma turba de extremistas de direita invadiu, ocupou e depredou a sede do Congresso dos EUA, considerado o coração da democracia americana, deixando um saldo de cinco mortos e dezenas de feridos.

Na ocasião, políticos que compõem o Congresso estavam reunidos para oficializar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais. O então vice-presidente Mike Pence presidia a sessão parlamentar.

O caso levou Trump a sofrer um segundo processo de impeachment nos seus derradeiros dias à frente da Presidência, mas o Senado, então dominado por membros do Partido Republicano, barrou o julgamento.

Com a intimação pela CPI, a acusações que o republicano enfrenta se avolumam ainda mais.

Em setembro, Trump foi acusado pela Procuradoria-Geral de Nova York por fraude fiscal. Também nesta quinta-feira, a Suprema Corte rejeitou um pedido do ex-presidente para que um árbitro independente examinasse mais de uma centena de documentos confidenciais que o FBI (a polícia federal americana) encontrou em uma das residências de Trump.

jps (ots)