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Cresce o medo de nova guerra no Oriente Médio

(av)15 de julho de 2006

A escalada da violência no Oriente Médio preocupa o mundo. O assunto domina a agenda da cúpula do G8, em São Petersburgo. Teme-se que uma guerra esteja às portas.

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Destruição em Beirute, próximo aos quartéis-generais do HisboláFoto: AP

A situação no Oriente Médio continua se acirrando. Após o seqüestro de dois soldados israelenses pela milícia Hisbolá, Israel retomou o ataque contra alvos no Líbano. O aeroporto de Beirute, outras vias de transportes, redes de energia e depósitos de combustíveis foram bombardeados na madrugada de sexta-feira (14/07).

Em represália, o Hisbolá respondeu com mísseis contra a terceira maior cidade israelense, Haifa, entre outros alvos. É a primeira vez que projéteis desse tipo penetraram tão fundo em território de Israel. Paralelamente, continua o embate na Faixa de Gaza. Observadores temem que uma nova guerra do Oriente Médio esteja às portas.

Israelisches Kriegsflugzeug über Libanon
Avião de guerra israelense sobre o LíbanoFoto: AP

Cerca de 100 alemães já deixaram o Líbano através da Síria. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, estão sendo providenciados novos transportes. Contudo não se trata medidas oficiais de evacuação. O órgão aconselhou aos cerca de 1100 alemães atualmente em território libanês que permaneçam onde estão e aguardem. Os que desejarem deixar o país devem se dirigir à embaixada alemã em Beirute.

Causa e conseqüência

O projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU, exigindo a retirada de Israel da Faixa de Gaza, foi impedido pelo veto dos Estados Unidos. As reações de políticos e observadores estrangeiros testemunham sobretudo perplexidade.

A chanceler federal alemã. Angela Merkel, pronunciou-se a respeito na quinta-feira, ainda durante a visita à Alemanha do presidente norte-americano, George W. Bush. Para ela, é preciso não confundir causa e efeito. Como o "ponto de partida" foram os seqüestros e a ação do Hisbolá, é necessário que o governo do Líbano seja reforçado. Por outro lado, "é importante mostrar que tais provocações – a exemplo dos seqüestros de soldados – não são aceitáveis", conclui a premier.

Meios proporcionais

O ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, também mostrou-se preocupado com a escalada. A desestabilização do Líbano tem que ser impedida, e a responsabilidade cabe igualmente a Israel, ainda que o país pudesse e devesse reagir aos seqüestros de seus soldados. "Porém, a perseguição e reação precisam ocorrer com os meios apropriados. Isso se aplica em especial aos desdobramentos no Líbano".

Steinmeier pronunciou-se com reservas quanto ao bombardeio das vias de transporte, supostamente com o fim de evitar que os seqüestrados sejam levados para fora do país. "A destruição da infra-estrutura realmente não pertence às formas de reação necessárias – do meu ponto de vista."

O chefe da diplomacia alemã acrescentou ser responsabilidade de todos colocar o conflito sob controle. Neste contexto, louvou os esforços de intermediação do Egito. Além disso, a Síria estaria também na posição de exercer uma certa pressão o para que se liberte o soldado seqüestrado na proximidade da fronteira. O segundo passo seria a libertação do militar em poder do Hisbolá. "Sem estas medias temo que a situação não será sanada nos próximos dias", previu o ministro.

Influência sobre o G8

Bush und Putin beim G8 Gipfel in St. Petersburg
George W. Bush (esq.) e Vladimir Putin durante a cúpula do G8 em São PetersburgoFoto: AP

A espiral de violência no Oriente Médio dominou a pauta do encontro de cúpula do Grupo dos Oito – Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia – em São Petersburgo. Enquanto Bush põe a culpa claramente na milícia xiita libanesa ("Estamos consternados pela perde de vidas inocentes"), seu colega russo, Vladimir Putin, acentuou que a resposta do Estado israelense tem que permanecer razoável.

"O recurso à violência deve ser equilibrado e tem que cessar assim que seja possível", comentou, prometendo que os líderes do G8, farão tudo em seu poder.

Medo na região

Libanon
Estrada principal entre Beirute e Damasco sob constante ataque israelenseFoto: AP

Neste meio tempo, os países vizinhos da região estão alarmados com a espiral de violência que ameaça converter-se numa guerra que arrastaria toda a região. A Tunísia apelou à comunidade internacional para que intervenha. O país acusa Israel de aplicar um castigo coletivo, e adverte que a crise pode desembocar numa guerra aberta de conseqüências incalculáveis.

Israel acusa o Irã de dar respaldo ao Hisbolá. Segundo fontes da inteligência israelense, o míssil que danificou um encouraçado de Israel nesta madrugada era de produção iraniana. Ainda segundo as mesmas fontes, Teerã manteria cerca de 100 combatentes no Líbano, apoiando o Hisbolá com contingente, armamento e tecnologia militar.