Crescem ataques contra pessoas LGBT na Alemanha
26 de setembro de 2019O número de atos violentos de caráter homofóbico e transfóbico aumentou significativamente na Alemanha, informou nesta quinta-feira (26/09) o governo alemão, após uma solicitação da bancada do partido A Esquerda no Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão.
Segundo a resposta elaborada pelo Ministério do Interior em Berlim, foram registrados 245 casos de crimes de ódio envolvendo orientação sexual no primeiro semestre de 2019. Destes, 58 foram violentos.
Em todo o ano de 2018 houve 351 ocorrências de crimes de ódio contra LGBTs, sendo 97 envolvendo violência, informou o ministério. Já em 2017 foram 313 casos, sendo 74 crimes violentos. A maioria dos casos envolveu lesões corporais.
Em comparação, em 2013 o número de crimes violentos de homofobia e transfobia foi de 50 casos, segundo o Ministério do Interior.
A deputada Doris Achelwilm, do partido A Esquerda, pediu ao governo alemão que leve a sério a situação e debata sobre o problema no próximo encontro de secretários do Interior da Alemanha.
"O aumento da violência não é uma coincidência", disse Achelwilm. "Isso surge a partir de um clima social que pressiona minorias e as ameaça de uma nova maneira."
A Associação de Gays e Lésbicas da Alemanha (LSVD) exige "um programa abrangente em nível federal e estadual contra a violência homofóbica e transfóbica", que deveria incluir, entre outras coisas, mais medidas preventivas e ações penais consequentes.
"O aumento significativo nas estatísticas mostra que o crime de ódio homofóbico e transfóbico pertence à vida cotidiana", disse o porta-voz da LSVD Helmut Metzner, acrescentando que as estatísticas refletem apenas uma fração dos crimes de ódio praticados. Ele criticou a falta de esforços por parte das pastas do Interior em nível estadual e federal.
Metzner também se referiu a um número crescente de ataques a locais memoriais, como o memorial para homossexuais vítimas do nazismo, em Berlim. "Medidas efetivas de prevenção, registro de crimes e ações penais devem ser introduzidas. As instalações de assistências às vítimas devem ser adequadamente apoiadas", afirmou o porta-voz.
CA/afp/dpa
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