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Encontro do G20

24 de abril de 2010

Ministros das Finanças e chefes de Bancos Centrais das 20 principais economias do mundo se encontraram em Washington. Crise da Grécia ocupou agenda que deveria tratar de reformas do sistema financeiro.

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Há diferenças de opinião entre ministros do G20Foto: AP

O encontro dos ministros de Finanças do G20, grupo que reúne 20 dos principais países industrializados e emergentes, realizado nesta sexta-feira (23/04) em Washington, deveria tratar das consequências da crise econômica mundial, mas as atuais notícias de Atenas não passaram despercebidas pelos representantes do G20.

Um deles era o vice-ministro alemão Jörg Asmussen, que representou o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, em Washington. "A Grécia foi objeto de discussão, porque aquilo que a Grécia representa é, na realidade, um problema global", explicou o vice-ministro.

Em Washington, o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, defendeu a rápida liberação do programa de ajuda emergencial à Grécia. Segundo Rehn, a União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) deverão disponibilizar o pacote de ajuda até o início de maio. A decisão, todavia, pertence ao Eurogrupo [grupo que reúne os países da zona do euro], disse.

Custos da crise

Spanien EU Finanzministertreffen in Madrid Staatssekretär Jörg Asmussen
Jörg Asmussen representou Schäuble em WashingtonFoto: AP

O tema do encontro do G20, todavia, deveria ser outro: a reforma financeira comum. Nesse contexto, a planejada taxação bancária se tornou um ponto central de discórdia entre os países do G20 – ou de "diferença de opiniões", como o vice-ministro Asmussen formulou diplomaticamente, nesta sexta-feira.

"É certo que existem diferenças de opiniões, principalmente entre os países que teriam que arcar com os custos da crise e os Estados que não teriam. Nesse ponto, certamente, ainda é necessário que se continuem os trabalhos", explicou Asmussen.

O custo da crise significa o dinheiro com o qual alguns Estados salvaram seus bancos da falência durante a crise econômica. Entre esses países, estão Alemanha, EUA, Reino Unido e França. Essas nações querem criar um fundo de estabilidade a ser financiado pelos bancos, para que, no caso de uma nova crise, os próprios bancos possam se salvar, sem que o contribuinte tenha que participar.

Teste de estabilidade

Por outro lado, outros países como Austrália, Canadá ou mesmo a Índia não tiveram que salvar seus bancos com bilhões e, por esse motivo, discordam completamente de uma taxação bancária. Isso seria uma punição para os bancos nacionais, afirmam.

Encontrar um meio-termo entre as duas posições será uma tarefa da cúpula dos chefes de Estado e governo do G20, que se encontrarão no final de junho no Canadá. Diante da ameaça de fracasso das principais reformas do sistema financeiro global, a cúpula deverá ser um teste para a estabilidade do G20.

Além disso, é interessante observar que, na declaração final do atual encontro de ministros das Finanças do G20 em Washington, nem a crise da Grécia nem a expressão "taxação bancária" estiveram mencionadas.

Autor: Anna Engelke (WDR) / Carlos Albuquerque
Revisão: Francis França